O Chile reativará a base naval que tem na Antártida e quer redobrar os esforços para se destacar na região. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (24/10), por parlamentares de Santiago, após o anúncio dos planos do Reino Unido de expandir a extensão do seu território no continente polar em áreas chilenas e argentinas.
A decisão do Chile de retomar as atividades na base naval Arturo Prat, fechada há cinco anos por falta de verba, surge pouco após um anúncio sobre a intensificação das atividades naquela região por meio de programas de pesquisa científica. O Reino Unido pretende reivindicar a soberania sobre mais de 1 milhão de quilômetros quadrados na Antártida.
A idéia chilena é transferir a base, controlada anteriormente pelo governo da região de Magallanes, de volta para o controle da Marinha, que contará com uma verba extraordinária para esse fim, afirmaram os congressistas.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Roberto Munoz, disse na terça-feira que seriam destinados quase USS 3 milhões para a reabertura da base. "Vamos aprovar o Orçamento em novembro", afirmou o senador à Reuters. A reabertura da base Arturo Prat vem junto da promessa de mantê-la em operação pelos próximos 20 anos.
A chancelaria chilena anunciou que apresentará à Comissão de Limites Externos da Plataforma Continental das Nações Unidas um pedido de reconhecimento sobre seu território na Antártida. A medida veio a público depois de o Reino Unido ter feito o pedido semelhante.
Os termos do pedido britânico, no entanto, entram em conflito com o espírito do Tratado da Antártida, de 1959 e que proíbe a exploração de petróleo, gás ou minérios na região. Os dois países assinaram o tratado. No dia 13 de maio de 2009, termina o prazo para que os países façam reivindicações sobre o continente.
Antes do início da 17ª Cúpula Ibero-Americana, que ocorrerá no Chile durante o mês de dezembro, prevê-se que Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU - Organização das Nações Unidas, visite a porção chilena da Antártida.
Briga pelos pólos - Os russos estão liderando uma nova "corrida pelo ouro" no norte do planeta, com corajosas tentativas de tomar controle de petróleo, gás, minerais em grandes partes do Oceano Ártico até o Pólo Norte. Segundo a BBC, a Rússia está alegando que uma cadeia de montanhas submarina conhecida como Cordilheira de Lomonosov é uma extensão do território russo.
Ao mesmo tempo, outros Estados estão agindo para proteger os seus interesses no Ártico. O Canadá está planejando construir oito navios de patrulha, e o Congresso americano considera a proposta de construir dois navios polares novos. A corrida pelo Ártico se acirrou devido ao derretimento de partes da camada polar de gelo, que permitirá explorações mais fáceis.
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Estadão Online, 24/10/2007)