Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Vigilância Sanitária de Minas Gerais e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e representantes do Ministério Público do estado estão reunidos em Belo Horizonte para discutir e traçar a estratégia de monitoramento e intervenção no caso da suposta fraude do leite no Triângulo Mineiro. A reunião começou no final da tarde desta quarta-feira (24/10) e não tem previsão de término.
Segundo a Anvisa, nesta quinta-feira (25/10), os técnicos vão a campo para rastrear percurso do leite na área onde a Polícia Federal prendeu 27 pessoas na última segunda-feira (22/10), acusadas de fraudar a produção de duas cooperativas: a dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale) e a do Sudoeste Mineiro (Casmil). De acordo com a PF, esse grupo fraudava a produção de leite longa vida com a adição de produtos químicos impróprios para o consumo humano, como soda cáustica.
De acordo com a Anvisa, o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é responsável apenas pela fiscalização dos produtos no mercado. A ação é feita pelos agentes das divisões de vigilância sanitária estaduais e municipais, uma vez que o sistema "é descentralizado". Essa fiscalização é feita periodicamente, com coleta e análise de amostras dos produtos.
Cabe aos fiscais do Ministério da Agricultura a fiscalização ao longo dos produtos de origem animal. "Nós temos inscritas no cadastro de fiscalização do Dipoa [Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal]em torno de 1.700 indústrias de laticínios, para as quais contamos com um contingente de 212 fiscais que fazem [a fiscalização] presencialmente, quer dizer, permanentemente à disposição da indústria, e outros [fiscais] fazem periodicamente as análises necessárias, que podem comprovar a qualidade do leite e derivados oriundos dessa indústria", explicou o secretário de Defesa Agropecuária
do Ministério da Agricultura, Inácio Afonso Kroetz, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Radiobrás.
Kroetz disse que a análise periódica é um método adotado na maioria dos países que fiscalizam seus produtos de origem animal e que o tempo entre uma fiscalização e outra "depende da quantidade de leite que é industrializada diariamente, do grau de dificuldade que as empresas têm para cumprir todas as normas de fabricação, de auditorias anteriores, quando indicam uma certa facilidade com que são encontradas não-conformidades, e do próprio grau de confiança que pode haver nas análises laboratoriais que indicam se ali existem indícios de fraude".
(Por Ana Luiza Zenker, Agência Brasil, 24/10/2007)