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2007-10-24
Poço das Antas - Todo bom gaúcho gosta de um churrasco bem preparado. Alguns, mais conscientes, ficam preocupados com a repercussão que seu assado pode gerar ao meio ambiente, pois o fogo gera fumaça e vai para o ar que respiramos. Bonita a preocupação, mas o problema começa bem antes de a carne começar a ganhar cor. A maior agressão está na produção do carvão, quando os carvoeiros incendeiam tocos de eucalipto e acácia.

Uma solução para isso foi iniciada em Poço das Antas, com o projeto Redução do Impacto Ambiental Causado pela Fumaça dos Fornos de Carvão Vegetal, elaborado pelos técnicos em Meio Ambiente, César Paulo Huebner, e em Agropecuária, Ricardo Henrique Cord. Eles instalaram duas chaminés estreitas em inox, o que faz com que a fumaça seja condensada e transformada em ácido pirolenhoso. Para cada dez metros cúbicos de madeira são gerados 200 litros de ácido.

O processo não é inovador. Em outros locais já é feita a extração dessa substância a partir da madeira. A utilização é que não era conhecida pelos técnicos. "Não sabíamos o que iríamos fazer com esse ácido, pois o PH é 3,3, o que impede de ser despejado no solo", afirma Huebner. Em conversa com o engenheiro agrônomo da Emater, Fábio Encarnação, surgiu a idéia de aplicar o líquido em dejetos dos suínos, que apresentam PH acima de oito, também não-indicado para colocação direta no solo.

Diferencial
O teste com aplicação nos dejetos é iniciativa pioneira e o resultado foi plenamente satisfatório. "Colocamos em 12 tonéis cem litros de dejetos e quantidades diferenciadas de ácido, variando de zero a 50%", relata o técnico Cord. A melhor aplicação foi identificada na amostra que tinha 15% de material ácido, pois o PH ficou em 5,5, considerado adequado para aplicação no solo. "Produções de milho, soja e hortaliça são beneficiadas com o produto", afirmam.

Além de conseguir adaptar os dejetos de suíno, eles reduziram o cheiro de amônia que apresenta o esterco, eliminaram os coliformes, triplicaram o fósforo e quase duplicaram a quantidade de nitrogênio. A lenha que é queimada nesse forno com chaminés apresenta uma melhora de 8% a 10% no peso e em qualidade, por ser menos porosa.

Fecitep
O projeto, que serviu de base do estágio de Huebner no Colégio Teutônia, foi inscrito na 1ª Feira Estadual de Ciência e Tecnologia (Fecitep), que ocorreu na última semana na Escola Parobé, em Porto Alegre. O trabalho ficou com a quarta colocação, entre 85 apresentados pelas escolas estaduais, particulares e universidades que disponibilizam cursos profissionalizantes.

Utilidades
Os testes que começaram em 2006 com fornos e em junho de 2007 com os dejetos possibilitam, no visual, redução de 80% da fumaça gerada pelo processo de queima da madeira. "Em alguns dias resulta em forte neblina nas vias, o que pode ocasionar acidentes", conta Cord. A idéia, com o sucesso obtido no forno experimental, instalado na propriedade de Nelson Rucks, na localidade de Goelzenberg, é que seja aplicado o mesmo sistema em outros que estejam instalados onde exista concentração de moradores, escolas ou vias de bastante movimento.

Em alguns casos, como na terra do produtor Inácio Griebeler, as lavouras têm recebido quantidades de ácido diluídas em água. "Ele tem capacidade como repelente de insetos e indução para a criação de resistência para as plantas", garantem os técnicos.

Saiba mais
Em Poço das Antas existem 104 fornos e 44 pocilgas licenciadas pelo município. A produção de ácido pirolenhoso é capaz de suprir toda a quantidade de dejetos gerados pelos suínos e disponibilizar para aplicação no solo.

(O Informativo do Vale, 24/10/2007)
 

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