Porto Alegre tornou-se ontem a primeira capital brasileira a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia. Em cerimônia realizada no Paço Municipal, que contou com a presença do secretário do Meio Ambiente, Beto Moesch, e de representantes do Greenpeace, o prefeito José Fogaça assinou um decreto que estabelece o controle ambiental de produtos e subprodutos de madeira de origem nativa em obras e serviços de engenharia contratados pela prefeitura.
Com isso, a Porto Alegre passa a ter meios legais de exigir certificado de procedência do material e torna-se a primeira capital a integrar o programa - antes, o estado de São Paulo e 35 cidades de outras regiões haviam aderido. No Rio Grande do Sul, além da Capital, São Leopoldo, Santa Maria, Rio Grande e Cachoeirinha já integram o Cidade Amiga da Amazônia.
"O Brasil é um dos maiores emissores de gases poluentes e 75% são oriundos de desmatamentos e queimadas. Dados federais de alguns anos atrás indicam que pelo menos 63% da madeira da Amazônia são extraídos ilegalmente. Hoje, a estimativa é de que esse índice chegue a 90%", disse o coordenador do programa, Marcio Astrini.
O diretor de políticas públicas do Greenpeace no Brasil, Sérgio Leitão, elogiou a ação. "Ficamos satisfeitos em firmar essa parceria para minimizar a situação das nossas florestas."
Segundo Moesch, a medida não vai se restringir aos prédios públicos. "Na verdade, a madeira adquirida pela prefeitura já é 100% legal. O próximo passo é fazer com que todas as obras municipais sejam construídas com essa madeira", explicou ele. "Mas não é só isso: todos os empreendimentos da Capital que precisarem de licença ambiental para funcionar deverão se adequar ao termo."
(
JC-RS,
Correio do Povo,
Zero Hora, 24/10/2007)