Até o próximo dia 12, a Capital viverá incertezas quanto ao recolhimento do lixo em frente às residências. A data marca o início do trabalho da nova empresa escolhida em licitação. Enquanto isso, a atual prestadora ensaia a saída da atividade, reduzindo os investimentos e mantendo funcionários desmotivados no trabalho.
No meio do ano, o problema foi detectado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). A atual responsável, a PRT, havia deixado de recolher cerca de 25% do lixo produzido por dia. Com o fim do contrato próximo, a empresa deu aviso prévio aos seus funcionários. Uma outra empresa foi contratada para completar o serviço até novembro. Por um tempo, a situação melhorou. Mas, agora, o problema está de volta.
- Tivemos outra reunião com a empresa no final da semana passada. Outros trechos estão com problema, principalmente na Zona Sul. A PRT está fazendo o possível. Mas com aviso prévio, muitos funcionários não trabalham da mesma forma. Estamos, dentro do possível, colocando os caminhões do DMLU para auxiliar - diz Regis Galvão dos Santos, diretor em exercício da Divisão de Limpeza e Coleta.
O reflexo disso podia ser visto ontem na praia do Lami. No calçadão, sacos estavam acumulados. Na Estrada do Lami, lixeiras transbordando. Segundo moradores, já não é mais possível dizer quando passa o caminhão.
Santos lembra que no começo da semana há lixo acumulado, o que exige mais tempo para as equipes o recolherem. O que ocorre muitas vezes, segundo ele, é que as equipes encerram o horário de trabalho, deixando lixo por recolher no resto do roteiro do caminhão.
Enquanto tenta remediar a situação, Santos torce para que as próximas semanas passem rápido. Ele vê solução na entrada da Qualix, que tem o compromisso contratual de colocar veículos novos e cumprir horários. Muitos dos atuais trabalhadores da PRT serão aproveitados. Uma das inovações será o sistema de localização por satélite em cada veículo, permitindo que se veja da sede do DMLU onde está o caminhão. Mas o diretor avisa que as primeiras semanas podem ser difíceis.
- É que sem o mesmo ritmo de trabalho, com gente nova que ainda não conhece as rotas, pode haver atrasos na coleta. Se acontecer isso, prevejo no máximo três semanas para a normalização - afirma Santos.
Entenda o caso- Em 2006, a empresa Profill (que tinha convênio com o DMLU), com a participação do consultor Fábio Pierdomenico, elaborou o edital de licitação que mudou os contratos de coleta e limpeza da Capital
- O Ministério Público Especial do Tribunal de Contas do Estado exigiu explicações do DMLU sobre as condições em que foi feito o edital. Havia suspeitas de irregularidades na contratação do consultor
- Em agosto, o DMLU cancelou a licitação. Um novo processo passou a ser atribuição da Secretaria Municipal da Fazenda
- Como o contrato com a empresa de coleta de lixo PRT encerrava-se no começo de 2007 e a nova licitação levaria mais tempo, o acordo foi prorrogado. A PRT não conseguiu se habilitar para a nova licitação que definiu as empresas que assumem os trabalhos a partir do próximo dia 12
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Zero Hora, 24/10/2007)