Uma baleia apareceu morta, ontem pela manhã, em Balneário Pinhal, no Litoral Norte, e chamou atenção de quem passou pela praia. Junto dela, havia outro animal aquático que não havia sido identificado até o fim da noite de ontem.
Os bichos foram encontrados por moradores, que avisaram o Corpo de Bombeiros. Um deles, conhecido como uma baleia-minke-anã, media cerca de quatro metros de comprimento. O outro tinha menos de um metro.
No final da tarde, os animais seriam levados para o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Imbé. Hoje, deverão ser analisados por especialistas do Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Estado para confirmar suas espécies e a causa das mortes.
- Em relação à baleia, que já foi identificada, sabemos que é um animal comum na costa brasileira nesta época do ano. Já o menor ainda não temos certeza, mas pode se tratar de um golfinho - disse ontem o biólogo Paulo Henrique Ott, professor do curso de Biologia Marinha da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.
Na noite de segunda-feira, moradores locais viram barcos de pesca próximos à arrebentação. A suspeita é de que os animais tenham sido atingidos por redes de pesca.
Conforme Ott, a baleia-minke-anã é a menor espécie de baleia que freqüenta as águas brasileiras. Quando adultas, não passam de oito metros de comprimento. Esse exemplar, segundo o especialista, possivelmente ainda não tenha chegado à fase adulta - idade em que atingem, em média, seis metros de comprimento. Todos os anos, elas costumam migrar da região antártica e subantártica para as águas tropicais e subtropicais no Hemisfério Sul, onde se reproduzem. Até a década de 1980, segundo o especialista, foram alvo constante de caçadores, principalmente no litoral da Paraíba.
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Zero Hora, 24/10/2007)