Os níveis de dióxido de carbono na atmosfera aumentam a um ritmo muito mais rápido do que o indicado nas últimas previsões, segundo novo estudo de uma equipe internacional de cientistas. De acordo com a pesquisa, desde o ano 2000 as emissões de gás carbônico que chegaram à atmosfera superam em 35% os cálculos da maioria das previsões de mudança climática utilizados até agora, segundo o jornal britânico "The Times".
As conclusões dos cientistas têm fortes implicações para as previsões sobre o ritmo de aumento das temperaturas do planeta. Elas significam que a mudança climática será mais difícil e mais trabalhosa de ser controlada do que se pensava até agora. Tudo isso quer dizer ainda que a comunidade internacional terá de aumentar esforços na luta contra o problema.
Em fevereiro, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado por iniciativa da ONU, previu que as temperaturas do planeta aumentariam até 6,4 graus Celsius nos próximos 100 anos. No entanto, os dados obtidos por Corinne Le Quéré, cientista do Serviço Antártico Britânico da Universidade de East Anglia (Reino Unido), podem obrigar o IPCC a rever suas previsões.
O novo estudo identifica o uso ineficiente dos combustíveis de origem fóssil como a causa principal do aumento das emissões e atribui o fenômeno em grande medida às novas centrais termoelétricas a carvão construídas na China e na Índia.
As últimas pesquisas indicam, por outro lado, uma menor absorção de gás carbônico tanto pela massa oceânica quanto pela própria biosfera. Isso, segundo Le Quéré, que "a estabilização dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera será mais difícil de conseguir do que se pensava anteriormente".
(
EFE, 23/10/2007)