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pantanal pesca industrial queimadas
2007-10-24
Na expectativa da manutenção em 2008, as atuais regras para a prática da pesca esportiva nos rios do Pantanal, os empresários de turismo de Corumbá divergem sobre a temporada deste ano. Para alguns, nem mesmo o apagão aéreo e, depois, o cancelamento de vôos para a cidade devido às queimadas, reduziram o movimento de pescadores ao principal destino de pesca de Mato Grosso do Sul.

Outros, no entanto, incluindo as empresas de pequeno porte, que operam com barcos para até dez pessoas, amargaram uma queda de até 50% nas vendas. Além do problema do atraso dos vôos, a concorrência das grandes embarcações, que oferecem pacotes mais baratos, também ofuscou esta parcela de operadores. Mas o que está afetando todo o setor é a redução da área de pesca pelo Ibama.

"Estamos trabalhando contra a correnteza, em saber se vamos cumprir o roteiro do pacote", afirma o empresário Geraldo dos Santos Veríssimo Júnior, também diretor da Acert (Associação Corumbaense de Empresas de Turismo). Ele se refere à proibição de pesca em trechos do Rio Paraguai, na região do Paiaguás, considerados pelo Ibama áreas de entorno do Parque Nacional do Pantanal (MT).

A restrição do órgão federal inclui a margem direita do Rio Paraguai, que fica em Mato Grosso do Sul e vem gerando protestos dos empresários de Corumbá. O Ibama de Mato Grosso já multou algumas embarcações, em até R$ 100 mil, e não aceita um acordo para adequar o plano de manejo do parque à atividade pesqueira. "Essa situação criou instabilidade ao setor", reclama Geraldo.

A Acert agendou uma reunião com o Instituto Chico Mendes, autarquia federal criada para gerenciar as unidades de conservação, no dia 30, em Brasília, para tratar da revisão do plano, que completa cinco anos. "É a oportunidade para revertermos essa situação e encontrarmos uma saída para utilizar a área de entorno sem interferir no parque", defende Luiz Martins, presidente da entidade.

Números

Apesar destas restrições, a Pérola do Pantanal, que opera com o maior barco-hotel de pesca do Pantanal, o Kalipso, com capacidade de 104 leitos, projeta um aumento de 20% na venda de pacotes em relação à temporada de 2006. Mesmo percentual da Raquel Tour, que trabalha com dois barcos-hotéis também de grande porte e já fechou 60% dos pacotes para 2008.

"O conforto das embarcações e as belezas do Pantanal estão reconquistando antigos clientes", diz a empresária Raquel Amaral, contrapondo o pessimismo de Geraldo dos Santos, que gerencia a empresa Arara Pantaneira. "No geral, com certeza houve queda no movimento. Está difícil garantir as reservas se não sabemos aonde o barco pode chegar", diz ele.

Para Luiz Martins, que atua na área hoteleira e também na pesca esportiva, o número de pescadores este ano em Corumbá cresceu 20%. O reflexo da restrição de áreas de pesca, do apagão aéreo e das queimadas, segundo ele, será sentido em 2008. "Os pescadores reclamaram muito por não pescar próximo ao parque e também por não contemplar a natureza devido à fumaça", explicou.

(Correio do Estado, 24/10/2207)

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