Caso não ocorram investimentos imediatos na geração de energia, o país pode ter uma nova edição do apagão energético vivenciado em 2001. Empresários e técnicos do setor avaliam que, com a estrutura de fornecimento atual, o país se mantém ligado apenas até 2010. Por isso, o debate sobre energia se espraiou por todo o país. Até mesmo na Feira de Subcontratação e Inovação Industrial - Mercopar 2007, que se inicia hoje, a novidade é a inserção do Salão de Energia.
- O salão é um reflexo do que temos visto no mercado internacional e no país. Todo mundo está discutindo biocombustível e etanol. O próprio governo do Estado está com um programa de incentivo específico, o Energia RS - explica Tiago Lemos, coordenador setorial da Indústria do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS).
A discussão veio à tona pelo fato desse mercado representar uma grande oportunidade para investimentos nos próximos anos. Segundo o coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria Estadual de Infra-estrutura e Logística (Seinfra), Edmundo Fernandes da Silva, para sustentar o crescimento previsto entre 4% e 5% para o país nos próximos anos, será necessário um incremento anual de 7% na oferta de energia.
Na geração de energia elétrica, o Brasil possui uma capacidade de 52 ,5 mil megawatts (MW). Ou seja, para atender ao incremento na demanda, seria necessário o acréscimo anual de 3,67 mil MW. Para efeito de comparação, esse volume representa 85,3% da capacidade instalada no Rio Grande do Sul por ano.
- Por isso que há muito interesse, inclusive estrangeiro, para atuar nessa área no país - informa Silva.
O coordenador do Núcleo de Estudos em Energia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Paulo Roberto Wander, explica que, para alcançar uma estrutura energética ideal, o melhor caminho é a realização de um bom planejamento e a diversificação das fontes geradoras. Hoje, boa parte da eletricidade utilizada no país é gerada a partir de hidrelétricas. Mas há uma infinidade de alternativas viáveis como a fotovoltáica (solar), eólica, termelétrica e de biomassa.
A diversidade de opções, assim como as oportunidades que essa cadeira poderá proporcionar, é o principal argumento para a inserção do Salão de Energia na Mercopar.
- Acreditamos que podemos ser um Estado diferenciado na atração de novos investimentos em energia. Essa cadeia pode impactar nas pequenas empresas porque gera uma gama de serviços que pode ser prestada por elas. Queremos despertar o empresário para as grandes oportunidades que eles podem ter nesse setor - ressalta Lemos.
SalãoO Salão de Energia, incluído nesta edição da Mercopar, apresentará trabalhos desenvolvidos por instituições gaúchas na área de desenvolvimento de tecnologias para geração de energia renovável. Também serão apresentadas práticas ambientais sustentáveis adotadas por empresas como Randon, Vivo, AGCO e Vonpar.
(Pioneiro, 23/10/2007)