Há cinco anos, o Instituto Pestalozzi mantém uma oficina de reciclagem de papel. A escola não é a única do município, certamente, mas é um belo exemplo. A professora Vera Safier Silva é quem ensina aos jovens do Instituto as técnicas dessa atividade e desenvolve um trabalho de conscientização. “Todos os alunos da oficina sabem que reciclar ajuda a preservar o meio ambiente. No caso do papel, são árvores que deixam de ser cortadas. Sabem também que queimar papel prejudica a atmosfera”, ressalta. O integrante da oficina Edson Ricardo confirma: “Sei que ajuda a natureza”.
Atualmente, o processo utilizado na instituição é a reciclagem de aparas de papel (doadas por empresas e outras instituições que trituram documentos e geram um grande volume). As tiras se transformam em papel novamente nas mãos dos alunos. Outros papéis são rasgados manualmente, exceto jornais e materiais plastificados. “O jornal é papel de qualidade inferior e tem a tinta que atrapalha”, afirma.
A turma também aprendeu que o papel reciclado pode ser produzido a partir de fibra vegetal. Vera conta que também ensinou a técnica de reciclagem usando calças jeans. “Esse processo de transformar o jeans em algodão é bem mais trabalhoso”, observa. Primeiro as calças são cortadas e os pedaços de tecido são deixados de molho no alvejante durante umas cinco horas, até que fique sem cor e desmanchando. Depois disso, vai para um pilão, onde é batido com um martelo de borracha até que as fibras se soltem. Quando estão soltas vão para o liquidificador e segue o mesmo processo do papel normal.
PROCESSO O procedimento normal, explica Vera, consiste em pôr o papel picado ou triturado de molho por aproximadamente 24 horas. Nesse tempo, é formada uma massa, que vai para o liquidificador industrial e depois para uma bacia, onde é acrescentada a celulose. Depois disso são formadas lâminas de papel e entretela que devem ser colocadas em um varal para perderem toda a água. Depois de secas, as folhas voltam para uma prensa onde podem ser personaliza das e ganhar folhas secas de calêndula, marcela ou cebola. “Essas folhas de papel podem ser usadas para a confecção de convites”, exemplifica.
Da Oficina de Papel, os materiais produzidos vão para a Informática - para digitação e encadernação - e para a Texturização - trabalho com massa acrílica e moldes vazados. Para dar uma idéia da produção , Vera comenta que no ano passado o Núcleo de Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil encomendou cem agendas. O grupo também confeccionou outras 120 agendas para uma escola de Educação Infantil. Vera comenta que com a reciclagem de papel a escola abriu um leque de produção de materiais como cadernos, agendas, blocos de anotações, convites, cartões de visita, caixinhas para presentes, álbuns de fotografias. Além dos benefícios ambientais, a comercialização desses objetos reverte em renda para a escola.
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Diário de Canoas, 23/10/2007)