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emissões de gases-estufa
2007-10-22

O acirramento de desastres naturais está entre os impactos potenciais das mudanças climáticas, o que forçará os governos a incluírem medidas de adaptação em seus planejamentos territoriais.

Mas, de acordo com Philipp Schmidt-Thomé, do Serviço Geológico da Finlândia (SGF), para que soluções sejam de fato implantadas, será preciso melhorar a difícil comunicação entre gestores e cientistas.

O geólogo coordena o projeto Rede de Observação Espacial Européia, que traça mapas de riscos e potenciais de desastres naturais na Europa, com participação de 29 países. O projeto, voltado ao fornecimento de dados para gestão territorial, foi iniciado em 2002.

Schmidt-Thomé, que também integra a Comissão de Geociência para Gerenciamento Ambiental da União Internacional das Ciências Geológicas, apresentou na última sexta-feira (19/10), em São Paulo, a conferência “Mudança climática e impactos potenciais sobre desastres naturais”, promovida pela FAPESP.

“Cientistas e gestores falam linguagens diferentes. Feitos para uma leitura científica, os relatórios não despertam o interesse dos políticos, que são voltados para o curto prazo”, disse Schmidt-Thomé à Agência Fapesp.

Segundo o pesquisador, que também faz parte da Rede de Informações de Desastres Euro-Mediterrânea, os cientistas sociais poderiam intermediar o diálogo entre especialistas em clima e tomadores de decisão.

“É urgente atrair gestores que tenham interesse no assunto utilizando uma linguagem que eles possam entender. Seria muito bom incluir cientistas sociais nesse trabalho, porque eles são mais treinados em comunicação e mais capacitados para encontrar os canais corretos”, afirmou.

Para Schmidt-Thomé, os cientistas precisam entender de que tipo de informação os gestores precisam e esclarecer o que a ciência tem de fato a oferecer. Segundo ele, é importante que os políticos saibam que a ciência não faz previsões: ela traça cenários e modelos.

“É comum que políticos nos perguntem: quantos centímetros o mar vai subir até determinada data? A resposta é: não sabemos, porque ninguém pode profetizar o futuro. Os modelos não se prestam a isso”, disse.

Comunicação sem catastrofismo

O pesquisador destacou que uma melhoria na comunicação poderá favorecer as adaptações necessárias do planejamento territorial. “Se conseguirmos institucionalizar os processos de comunicação, encontraremos mais gestores interessados no tema. No momento em que uma cidade se tornar modelo de adaptação para a mudança de clima, os eleitores daquele país pressionarão também seus gestores, deflagrando um efeito cascata”, disse.

Por outro lado, as terminologias científicas fundamentais para compreensão dos modelos e cenários tendem a se tornar cada vez mais populares, de acordo com o finlandês. “A educação e a mídia terão papel fundamental nisso. Um exemplo é que há dois anos ninguém saberia responder o que é o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática]. Hoje, isso mudou”, afirmou.

Schmidt-Thomé alerta, no entanto, para o perigo de se adotar a estratégia do catastrofismo para chamar a atenção do público. “É preciso cuidado para não alarmar a população. Uma linguagem excessivamente científica pode afastar o interesse dos gestores, mas o catastrofismo é ainda pior, porque dá impressão de que nada mais pode ser feito”, explicou.

Segundo o geólogo, é preciso que o planejamento territorial contemporâneo seja mais interdisciplinar, integrando especialistas de todas as áreas e levando em conta um princípio de incerteza.

“Não acho que seja preciso reinventar o planejamento espacial, mas é preciso integrar a ele a incerteza. Temos modelos, temos cenários, mas não temos certezas absolutas, e precisamos que os gestores levem isso em conta. O aspecto de incerteza nos leva a pensar em termos de redução de vulnerabilidade”, disse.

(Por Fábio de Castro, Agência Fapesp, 22/10/2007) 


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