O fornecimento de equipamentos para o setor do etanol, um mercado que hoje não conta com uma presença expressiva da indústria do Rio Grande do Sul, é a nova meta traçada por empresários gaúchos. O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para o Rio Grande do Sul, Marcus Coester, adianta que serão realizadas reuniões com empresas de São Paulo, líderes desse setor, para descobrir novas oportunidades de negócios.

Outra proposta é aumentar a atuação da Rede Petro-RS, entidade que envolve a ação do governo do Estado e da iniciativa privada, para prospectar o mercado de etanol. O entusiasmo dos empreendedores foi despertado durante a palestra do ex-presidente da refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e atual diretor de empreendimento da Brenco, Hildo Henz, realizada na sexta-feira na Fiergs.

A Brenco, formada há seis meses, pretende utilizar um capital de R$ 6,4 bilhões para efetivar um dos maiores projetos de etanol do mundo, incluindo o plantio, o cultivo e a colheita da cana-de-açúcar, bem como a produção, o transporte e a comercialização, no Brasil e no exterior, do etanol. A empresa também será uma grande geradora de energia elétrica a partir do bagaço da cana. O investimento será feito nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

As primeiras usinas, do total de 14 módulos, entram em operação a partir de 2009 e em 2015 o projeto deverá estar concluído, atingindo uma capacidade de produção de 3,8 bilhões de litros de etanol por ano. Henz explica que os locais de implantação dos empreendimentos foram escolhidos devido ao baixo custo das terras nos três estados e à alta produtividade da região.

Sobre sua saída da Refap, Henz lembra que ficou oito anos na empresa e não é política da Petrobras manter diretores e presidentes de companhias por um longo tempo em um só lugar. "Eu fiquei porque tinha a obra (ampliação da refinaria) e depois achei que o ciclo havia se completado e resolvi abraçar esse novo desafio", afirma Henz.

(JC-RS, 22/10/2007)