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lixo tecnológico / eletrônico
2007-10-22
O consumo voraz de novas tecnologias a partir de uma oferta praticamente instantânea de novidades e da redução dos preços está gerando problemas para a indústria mundial: o que fazer com os equipamentos que não interessam mais e com o lixo eletrônico gerado através do descarte de computadores, celulares, DVDs e similares?

A consciência de que a simples eliminação de máquinas obsoletas traz riscos para o meio ambiente e representa desperdício de recursos pelas empresas existe. O desafio é apresentar alternativas para que os consumidores não precisem deixar esses produtos em lixos simples. No Brasil, não existe nenhuma normatização que obrigue as empresas a ter políticas de eliminação de eletrônicos. A única referência nesse sentido é a legislação 25.799, que determina que as operadoras de telefonia móvel façam a coleta das baterias.

Hugo Veit, engenheiro com doutorado em Ciências de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), afirma que a situação é crítica na maioria dos estados brasileiros quando o assunto é o descarte de produtos eletrônicos. A maioria das ações de reciclagem se concentra em São Paulo onde as empresas trituram os materiais e exportam para a Europa. Lá é feita a recuperação dos metais, principalmente do cobre, que retorna ao mercado como matéria-prima.

Nesse mês, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) concedeu licença de operação para a empresa Peacock do Brasil, que receberá o lixo eletrônico produzido em Porto Alegre. Após passar por uma triagem, parte será desmontada e outra destinada para reciclagem.

De acordo com o especialista, o mau aproveitamento da sucata eletrônica traz sérios problemas para o meio ambiente. Apesar de parecerem inofensivos, computadores e telefones celulares possuem materiais perigosos, como mercúrio e cromo. O aproveitamento dos equipamentos mais antigos de empresas, geralmente em bom estado de uso, é feito através da doação para entidades carentes.

Mesmo nesse caso, é preciso cuidado. Ao doar produtos já defasados, o que se faz na realidade é adiar o descarte no meio ambiente. "Precisamos ter políticas de reciclagem e campanhas de incentivo que mostrem para as pessoas que elas não podem colocar mouses, computadores, DVDs e celulares no lixo simples", recomenda Veit.

Algumas empresas estão iniciando programas para tentar resolver esse problema. Atualmente, cerca de 280 lojas próprias da Vivo em nove estados, entre eles o Rio Grande do sul, possuem urnas nas quais os consumidores podem descartar celulares, baterias e acessórios. A previsão é de atender a toda área de atuação da operadora até o final do ano. Nas lojas, o consumidor coloca o material em um envelope plástico e assina um termo de doação.

De janeiro a setembro desse ano, foram recolhidos mais de 31 mil aparelhos e quase 47 mil baterias, além de acessórios. O Rio Grande do Sul respondeu por 55% da coleta. Do volume total, 87% são destinados para a reciclagem e 13% para o reuso. Nesses meses, o total arrecadado através da reciclagem foi de R$ 22,2 mil, recurso que é doado todo mês para a Audioteca Sal & Luz, que trabalha com a gravação de áudiolivros para deficientes visuais.

Uma parte pequena dos aparelhos celulares tem a sua vida útil estendida, através de uma parceria com a americana Recellular, que recupera os equipamentos e coloca à venda em outros mercados, com preços mais baixos.

Já os celulares que são sucatas são enviados para a Umicore Brasil, em São Paulo, que faz o processamento dos materiais e o refino, reaproveitando os metais presentes, como lítio, silício e platina, entre outros. A Umicore, uma das maiores recicladores de baterias do mundo, vai exportar esse ano para as suas unidades da Europa cerca de 30 toneladas de baterias, o que representa 1,5 milhão de unidades recebidos de diferentes players. "Possibilitamos uma alternativa ambientalmente correta para esses produtos, fazendo retornar ao ciclo como matéria-prima para produção de novas baterias", afirma o gerente de desenvolvimento da companhia no Brasil, Ricardo Rodríguez.

Para o diretor de comunicação e relações institucionais da Vivo, Marcelo Alonso, é importante mostrar para o consumidor que ele precisa ter uma atitude consciente do seu consumo. "Facilitamos o acesso à tecnologia, mas também temos que oferecer maneiras fáceis de as pessoas contribuírem com ações ambientalmente responsáveis", observa. Para o gestor, apesar de muitas empresas que atuam no segmento de tecnologia já terem consciência do papel fundamental das ações responsáveis, são raros os projetos nessa área.

Estado faz reaproveitamento de caça-níqueis

No Rio Grande do Sul, a Fundação da Ciência e Tecnologia (Cientec) está fazendo um trabalho de reaproveitamento das máquinas caça níqueis, apreendidas pela Receita Federal, e fazendo a transformação em computadores. Como piloto, este trabalho está sendo feito em um dos equipamentos e será estendido para mais 16 nos próximos dias. Mais 80 máquinas ainda serão recebidas e o investimento é de aproximadamente R$ 100,00 por unidade. "É um projeto interessante porque usamos um material que ia ser totalmente desperdiçado, mas que possui componentes eletrônicos de qualidade e caros", observa o secretário da Ciência e Tecnologia, Pedro Westphalen.

Para permitir que essas máquinas sejam usadas como computadores, os técnicos agregam alguns componentes, como memória. A iniciativa é da SCT, a partir de uma experiência bem-sucedida no Rio de Janeiro. Os computadores serão usados pela própria administração pública e nas escolas públicas estaduais.

O que fazer com produtos eletrônicos
que não são mais usados?

Celulares e baterias

Os consumidores podem se encaminhar até as lojas da Vivo, assinar um termo de doação e colocar nas urnas. A operadora recebe celulares de todas as marcas e também de não-clientes. As demais operadoras possuem urnas para descarte de baterias.

Computadores

Uma opção tanto para as empresas como para os usuários domésticos é solicitar a doação para a Pensamento Digital, através do site www.pensamentodigital.org.br.

Pensamento Digital recebe equipamentos doados

No Rio Grande do Sul, a Pensamento Digital desenvolve um trabalho diferenciado quando o assunto é o descarte de computadores pelas empresas. A entidade, mantida pela Dell, recebe os equipamentos e repassa para projetos de inclusão social, depois de análise. "Captamos máquinas que ainda podem ser usadas, recuperamos, instalamos softwares e doamos para organizações com projetos educacionais", explica a superintendente-executiva da entidade, Marta Voelcker. Os recursos para a transformação são oriundos de parceiros, como a Dell e a Microsoft.

O projeto iniciou-se em 2002, com o ensino do uso das ferramentas básicas de informática em cinco Escolas de Tecnologia da Informação (ETI). Atualmente, são 11 e mais três laboratórios para montagem e manutenção de equipamentos. Pelo site www.dell.com.br/doeseucomputador ou www. pensamentodigital. org.br, os interessados preenchem um formulário e podem solicitar computadores para projetos de inclusão ou encaminhar pedidos de doação. Os produtos passam por um processo de avaliação. Os que não têm condições de uso são desmontados, as peças reaproveitadas e o restante destinado para empresas que fazem a destinação final, em São Paulo.

Na Dell Brasil, os processos internos de manipulação dos lixos eletrônicos incluem a reciclagem de lâmpadas fluorescentes e de resíduos de manutenção, como óleo e tintas. Também é feita a reutilização de cartuchos de tonner nas impressoras da manufatura. Os computadores que não são mais usados internamente são repassados para a própria Pensamento Digital. "A nossa política de responsabilidade social envolve a doação de computadores para projetos sociais e uma estratégia adequada de destinação dos materiais que possam ser prejudiciais a natureza", afirma o gerente de ações corporativas da empresa, Gleverton Munno.

Na produção mundial dos computadores, a utilização de fontes de energia, placas-mãe e gabinetes isentos de chumbo seguem as diretrizes da União Européia com relação às restrições de uso de certas substâncias nocivas.

(JC-RS, 22/10/2007)

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