Em nota divulgada quinta-feira (18/10), doze entidades ambientalistas protestam contra proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro. O projeto de lei 6424/2005, em tramitação na Câmara Federal, prevê a recuperação de até 30% das Reserva Legal na Amazônia com o plantio de espécies exóticas. Na prática, isso significa reduzir para 50% a mata nativa preservada nessas áreas.
Outro ponto controverso diz respeito à compensação do desmatamento com o plantio em outra bacia hidrográfica da mesma região e bioma. Para as ONGs, isso deixaria bacias hidrográficas inteiras sem possibilidade de recuperação.
Também são criticadas as propostas para computar as áreas de preservação permanente como reserva legal e a desvinculação da regularização ambiental das propriedades à concessão de crédito.
Segundo os ambientalistas, isso pode significar o fim da Reserva Legal. A proposta encaminhada à Câmara pressupõe o cumprimento das funções ecológicas e econômicas da Reserva Legal por meio do uso das áreas de preservação permanente.
Além disso, o documento elaborado pelas ONGs reclama a criação de incentivos econômicos e fiscais para o desenvolvimento sustentável da região amazônica com a manutenção da floresta.
Para os signatários, as negociações do projeto de lei estão acontecendo de maneira apressada e com pouca participação da sociedade civil. Eles afirmam a importância do aprimoramento do Código Florestal, desde que ele esteja de acordo com as expectativas da opinião pública brasileira.
Reconhecem ainda a necessidade de gerar empregos e promover o desenvolvimento econômico. A combinação desses fatores à conservação dos recursos naturais é fundamental para um desenvolvimento sustentável a longo prazo, dizem.
Entretanto, a crise climática global e o papel do desmatamento na emissão de gases do efeito estufa exigem uma postura enérgica de controle e manutenção dos ativos florestais existentes no País.
De acordo com os ambientalistas, a proposta apresentada contribui para a redução da cobertura florestal em um momento em que surgem os primeiros sinais de um aumento nos índices de desmatamento ao longo da fronteira agrícola brasileira.
Veja o
documento na íntegra(Por Charles Nisz,
Amazonia.org.br, 18/10/2007)