Os governos do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia formalizaram na sexta-feira (19/10) a criação da Fronteira Leste para Biocombustíveis, com a assinatura de um termo de cooperação que prevê a atuação conjunta das secretarias de Agricultura dos quatro estados.
O secretário de Agricultura do Rio de Janeiro, Christino Áureo, informou que o objetivo “é fazer com que todo o potencial de produção de vegetais para etanol, bioenergia, biodiesel, enfim tudo que envolve esse complexo, possa ser desenvolvido nessa região do Brasil, que está muito próxima do litoral e, portanto, da logística portuária”.
Christino Áureo lembrou que o Rio tem tradição na cultura da cana-de-açúcar, que está presente na agricultura local há cerca de 400 anos. Os outros três estados, segundo o secretário, também apresentam experiências de sucesso na área de biocombustíveis. Ele estima que a área disponível para produção de cana para etanol e grãos para biodiesel nesses quatro estados supera um milhão de hectares.
O secretário disse que a intensificação da produção agrícola para a fabricação de biocombustíveis não implicará em prejuízo ao meio ambiente. “Não vai se derrubar nem uma árvore sequer porque são áreas de pastagens que estão degradadas ou que têm baixa produtividade. São lavouras que não apresentam bom retorno para o produtor”, afirmou.
A produção conjunta de cana dos quatro estados alcança atualmente cerca de 80 milhões de toneladas anuais, o que permitiria a instalação de até 30 novas usinas na região. Áureo prevê que essa produção poderá triplicar a partir da criação desse pólo.
Como primeira etapa desse trabalho integrado, os secretários de Agricultura do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, César Roberto Colnago; da Bahia, Geraldo Simões de Oliveira, e de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, pretendem promover a unificação de ações de diagnóstico da realidade agrícola dos municípios que integram a região.
O secretário informou que além dos recursos dos orçamentos estaduais, da União e de órgãos de apoio à pesquisa e difusão de tecnologia, será buscada a equalização tributária entre os estados na parte de impostos.
Estudos nesse sentido serão aprofundados com suporte do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Os governadores querem dar à fronteira um caráter nacional, atraindo fundos de investidores que desejam estabelecer novas indústrias de etanol, açúcar, bioeletricidade e biodiesel e agricultores interessados em aderir ao projeto.
(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 19/10/2007)