Um estudo do Blacksmith Institute, uma organização ambiental americana, revela a lista das 35 cidades mais poluídas do mundo. Entre elas descobrimos, por exemplo, a cidade paulista de Cubatão. No entanto, no Top 10 encontramos cinco localidades do antigo bloco soviético. O estudo é agora revelado pela BBC Brasil.
Situada na área de São Paulo, Cubatão é descrita pelos membros do Blacksmith Institute, «como o local em que ninguém gostaria de passar férias». Mais do que criar uma lista, o instituto procurou identificar os problemas causados pela poluição nos habitantes e a origem dessa mesma poluição.
Em relação à cidade de Cubatão, estima-se que metade dos habitantes sofre de problemas respiratórios. Aliás, a localidade tinha na década de 80 a maior taxa de mortalidade infantil do Brasil (o dobro da média nacional). Mas o estudo admite uma melhoria das condições nos últimos 15 anos, que salva a cidade de estar no top 10.
Neste top sinistro temos: Chernobyl, na Ucrânia; Dzerzhinsk, na Rússia; Haina, na República Dominicana; Kabwe, na Zâmbia; La Oroya, no Peru; Linfen, na China; Maiuu Suu, no Quirguistão; Norilsk, na Rússia; Ranipet, na Índia e Rudnaya Pristan/Dalnegorsk, na Rússia.
O Blacksmith Institute pediu a colaboração de várias universidades, entre elas as as americanas Johns Hopkins e Harvard, para analisarem a situação das 35 cidades com o ar mais perigoso.
A pesquisa mostrou que a maior fonte de poluição são os metais pesados como, por exemplo, o chumbo, que afecta dez milhões de pessoas no mundo. Segundo os investigadores «a poluição mata milhares de pessoas indiscriminadamente, diminui a esperança média de vida, prejudica o crescimento e o desenvolvimento das crianças e leva a população a sofrer de doenças crónicas graves».
Na lista das dez localidades «campeãs» encontram-se cinco em países do antigo bloco soviético. Recorde-se o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986, que deixou os solos e as águas contaminadas, afectou mais de cinco milhões de pessoas e deixou inabitável uma área de 30 km.
A República Dominicana é normalmente associada a férias paradisíacas, mas a cidade de Haina surge aqui pelos piores motivos. Um ex-complexo de reciclagem de baterias acabou por deixar marcas em 85 mil pessoas. Já na China, a cidade de Linfen tem por base a actividade de extracção de carvão e o fumo das minas atinge 200 mil pessoas.
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Portugal Diário, 21/10/2007)