Começou ontem a viagem de volta para casa de 10 pacientes do Museu Oceanográfico da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Os pingüins-de-Magalhães, da espécie Spheniscus magellanicus, que estavam em tratamento no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), em Rio Grande, foram devolvidos ao mar. Devem rumar ao sul, em direção às águas da Argentina e do Chile.
Eles chegaram durante o inverno, sujos de óleo e debilitados, em busca de alimento e descanso. São nove pingüins juvenis e um adulto. Técnicos do centro de tratamento trabalharam na completa limpeza de suas plumagens, além de cuidar da alimentação e do monitoramento dos sinais vitais de cada um. Ontem, as aves foram levadas até a praia do Cassino, onde foram liberadas para seguir viagem, estimada em mil quilômetros. Outros quatro animais da mesma espécie continuam em recuperação no museu da Furg. Só devem ser devolvidos ao mar em março, quando concluírem a troca de plumagem.
O veterinário Rodolfo Pinho da Silva conta que um dos animais tratados pela equipe do Cram em 2002 - em uma operação patrocinada pelo Fundo Internacional de Bem-estar Animal, quando houve um derramamento de petróleo em Punta del Este, no Uruguai - foi encontrado novamente em julho deste ano, em Mar del Plata, na Argentina. A identificação foi feita por meio da anilha de controle fixada em cada animal. O pingüim cumpriu seu ciclo de vida normal por cinco anos, até ser atingido novamente pelo óleo.
Ruoppolo e outros cinco pingüins passam agora a ser monitorados via satélite, por meio de transmissores, em um projeto coordenado pela UW Faculty, uma faculdade americana com sede em Washington. Quem quiser acompanhar o deslocamento das aves pode acessar o site http://faculty.washington.edu/boersma/individual-maps.html.
Ficha técnicaEspécie: pingüim-de-magalhães
Nome científico: Spheniscus magellanicus
Altura: máxima de 70cm
Origem: colônias reprodutivas localizadas ao sul da Argentina e do Chile
(
Zero Hora,
Correio do Povo, 20/10/2007)