Ambientalismo e políticas de leitura serão os temas centrais em discussão na 53ª Feira do Livro de Porto Alegre. No anúncio oficial da programação do evento, ontem, o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Waldir da Silveira, disse que a Feira deve discutir este ano soluções para o planeta.
Como parte das discussões sobre ambiente, o Greenpeace, o mais famoso grupo internacional em defesa da ecologia, vai construir um túnel de 300 metros que deve alertar para os riscos do aquecimento global. A Feira vai do próximo dia 26 até 11 de novembro.
Este ano, não haverá país homenageado. Nos primeiros meses do ano, a Colômbia chegou a ser anunciada, já que Bogotá é a Capital Mundial do Livro de 2007 de acordo com a Unesco. Mas o país não pôde aceitar o convite, e a Feira ficou sem país homenageado. Mas não sem programação internacional. Será a sede do 2º Seminário Planos Nacionais do Livro e da Leitura no Mercosul, com participantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela e ligação via rede com a Feira do Livro de Santiago.
A Feira deste ano, como vem ocorrendo nas últimas edições, terá bancas a mais, mas, depois da expansão da Feira Infantil em direção ao Cais do Porto, não se prevê mais nenhuma alteração radical em termos de espaço.
Dentre os convidados deste ano, chama a atenção a variedade de nomes relevantes, dos brasileiros José Castello, Cristóvão Tezza e Chacal aos convidados estrangeiros. O nome mais pop na lista de presenças é o da jornalista Asne Seierstad, autora do best-seller O Livreiro de Cabul. Asne virá para o ciclo Fronteiras do Pensamento, promovido pela Copesul Cultural, e aproveitará a estada em Porto Alegre para uma atividade e uma sessão de autógrafos de seu novo livro, De Costas para o Mundo. Também são esperados o mexicano David Toscana e os angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki, dois nomes de destaque da produção contemporânea.
Um novo livro para DrummondAinda durante o anúncio de ontem, ao se referir ao recente vandalismo à escultura de Xico Stockinger na qual Carlos Drummond de Andrade lia um livro para Mario Quintana, Waldir da Silveira apelou para o bom humor:
- Na verdade, isso foi uma jogada de marketing nossa. O fato é que o pobre do Drummond não agüentava mais ler o mesmo livro há anos e então a gente resolveu trocar.
Depois, em tom mais sério, informou que o livro de bronze surrupiado das mãos de Drummond deve ser recolocado ainda durante a Feira, em uma cerimônia especial ainda sem data marcada mas que deve representar um "Dia contra o Vandalismo" na Feira.
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Zero Hora, 19/10/2007)