O canteiro de obras das eclusas de Tucuruí, no sudeste do Pará, invadido na noite de segunda-feira, foi desocupado ontem por 300 moradores do bairro da Matinha que reivindicavam aumento no valor da indenização oferecida pelas Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte) para deixar as casas na área onde será construído um canal. A Eletronorte e a prefeitura de Tucuruí prometeram atender às reivindicações dos invasores por emprego, água e liberação da pesca no lago da hidrelétrica.
O Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB) liberou caminhões e tratores que haviam sido apreendidos pelos invasores. A coordenadora do MAB, Euvanice Furtado, informou que o acordo estabelece um calendário de negociações. "Além do pagamento de uma indenização justa, as famílias que vão sair precisam de emprego", ponderou Euvanice. A construtora Camargo Correa, responsável pelas eclusas, poderá dar prioridade aos moradores para preencher vagas no seu canteiro de obras.
Euvanice adianta que a próxima reunião acontecerá na terça-feira que vem. O grupo também apresentará exigências feitas pelos pescadores que sobrevivem do lago de Tucuruí. Eles terão de sair de lá e ficarão desempregados por não poderem mais pescar.
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Agência Estado, 18/10/2007)