Vários grupos ambientalistas australianos condenaram nesta quinta-feira (18/10), o envio de 28 golfinhos das Ilhas Salomão para os Emirados Árabes Unidos, onde foram adquiridos por um hotel de luxo, que usará os animais como atração para seus clientes. A empresa Kerzner Istithmar, que adquiriu os animais, confirmou o recebimento da encomenda, mas não comentou o estado de saúde dos golfinhos após as 30 horas de viagem.
De acordo com a imprensa australiana, os golfinhos partiram na quarta à noite do aeroporto de Honiara, a capital do arquipélago, em dois aviões. Os ambientalistas destacaram que o vôo até Dubai poria em risco a vida dos animais. Além disso, exportações desse tipo só contribuem para aniquilar a fauna das ilhas, disseram.
O governo das Ilhas Salomão proibiu, em 2003, a exportação de golfinhos após a venda de 28 deles para o México, que provocou os protestos dos grupos ambientalistas internacionais. No entanto, este ano, suspendeu a proibição para aumentar suas fontes de renda.
Porta-vozes da Simmecel, empresa encarregada do transporte, afirmaram que a venda foi fechada por US$ 885 mil, após quatro anos de negociações com a empresa proprietária do Palm Atlantis, um dos hotéis mais luxuosos de Dubai. A operação também foi condenada pelo governo da Austrália, que ofereceu ajuda para as Ilhas Salomão cumprirem suas obrigações com a Convenção sobre o Comércio de Espécies Protegidas.
As preocupações aumentaram depois da descoberta das carcaças de três golfinhos - incluindo um filhote - nas proximidades da área de isolamento onde os golfinhos adquiridos por Dubai são mantidos. A empresa responsável pela venda dos animais negou ter conhecimento dos cadáveres. Os corpos parcialmente decompostos e semidevorados - aparentemente, por cães - foram encontrados na noite de terça-feira.
(Estadão Online / Ambiente Brasil, 19/10/2007)