Delegados e ambientalistas da América Latina e Caribe, que participaram do encontro "Clima Latino", em Quito, fizeram nesta quinta-feira (18/10) um apelo urgente para salvar a região e o planeta da degradação ambiental. Os 1.550 participantes do fórum emitiram hoje um documento no qual, entre outras coisas, pediram que o presidente equatoriano, Rafael Correa, seja o porta-voz da postura ambiental latino-americana nos encontros sobre mudança climática.
O documento "21 propostas para o século XXI" afima que o atual modelo de desenvolvimento, baseado no consumismo e no agressivo crescimento econômico, "é inviável e incompatível com a sustentabilidade do planeta". Além disso, alerta aos Governos da região que a mudança climática é "a maior ameaça à humanidade em toda a sua história".
Os ambientalistas exigiram um modelo econômico dando preferência aos "valores que garantam o desenvolvimento integral do ser humano e sua relação harmônica com a natureza". "Todos somos responsáveis pela mudança climática, mas alguns mais do que os outros", afirma o texto, considerando que os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir as emissões de gases do efeito estufa das suas indústrias.
As nações ricas, às quais o texto atribuiu a maior responsabilidade na degradação ambiental, devem criar mecanismos financeiros e de transferência tecnológica para garantir a implementação de programas de proteção do meio ambiente. O fórum também expressou sua preocupação com a retração acelerada das geleiras andinas, uma grave ameaça aos povos que habitam a região. E alertou que a poluição ameaça o fornecimento de água na América latina, onde "milhões de habitantes sofrerão os efeitos da mudança climática".
O "Clima Latino" previu "chuvas fortes e freqüentes" no futuro da região e secas prolongadas em algumas áreas, devido à degradação do meio ambiente, e sugeriu uma ação científica imediata para conter o fenômeno. O fórum foi organizado pela Comunidade Andina (CAN) e outras entidades. A conscientização ambiental é um dos pilares da proposta de Quito, que teme um retrocesso na capacidade alimentícia da região, com uma possível redução da produtividade.
(
EFE, 19/10/2007)