IBAMA MULTA MADEIREIRAS E FAZENDEIROS POR CRIMES AMBIENTAIS NA BA
2001-12-04
Caminhões cheios de toras de madeira nobre como jequitibá, cedro e vinhático, desmatamento ilegal em áreas protegidas de mata atlântica, queimadas criminosas. Esse foi o cenário encontrado pelos fiscais do Ibama no sul da Bahia em dois meses de operação para tentar coibir a destruição dos poucos remanescentes de mata atlântica no interior baiano. Os fiscais lavraram 43 autos de infração, com multas de R 174 mil. Madeireiras clandestinas tiveram maquinários lacrados, foi apreendido o carregamento de madeira de onze caminhões, mas não houve prisões, pois o crime ambiental deixou de ser inafiançável. Ambientalistas consideram as multas e as punições extremamente brandas diante dos grandes danos ecológicos. Mas nem sempre foi assim. As chamadas posturas municipais que tinham força de lei em diversos municípios baianos puniam de forma exemplar os destruidores da natureza nos séculos 17, 18 e 19. O assoreamento de rios, provocado pela devastação da vegetação de suas margens, por exemplo, poderia resultar no município de Carinhanha, em 1837, em uma punição severa: 25 chibatadas, multa e cinco dias de prisão para o infrator. Na recente operação do Ibama no sul da Bahia, os fiscais constataram, na Fazenda Bota Encantada, no município de Jussari, a derrubada da mata perto do rio Piabanha, que serve uma comunidade numerosa. No entanto, em vez de uma punição rigorosa, o proprietário das terras e apontado como responsável pela devastação, Paulo Vasconcelos, foi multado em apenas R 3.200. Na localidade de Ibirapitanga, os destruidores foram os trabalhadores rurais do assentamento Paulo Jackson. Eles devastaram mata nativa em vários pontos da Fazenda Canta Galo, assoreando o rio Oricó. (AE)