Em visita à Secretaria do Meio Ambiente, representantes do Colegiado Regional Sul da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e a diretora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica (FZB) estiveram reunidos com o secretario adjunto Francisco Simões Pires para apresentar o novo desenho da biosfera no Estado.
Esta revisão está de acordo com os padrões internacionais, é feita a cada cinco anos e passa pela aprovação de várias instancias até chegar a Unesco. O intuito é com o mapeamento estimular varias linhas de desenvolvimento sustentável. Segundo o conceito da Unesco estas reservas são espaços de gestão com o propósito de incentivar ações positivas dentro das unidades de conservação.
Existem várias demandas nestas novas áreas que o Comitê Estadual considera de suma importância no direcionamento de recursos e conhecimentos, criando uma gestão cuidadosa e responsável para resultados positivos. Entre estas demandas a proposta de extrativismo de junco para a região do Litoral Norte.
Para Simões Pires o novo desenho contempla um ponto importantíssimo que é a preservação da biosfera e “a contextualização do cidadão com o meio ambiente proporcionando-lhe alternativas para o desenvolvimento sustentável”.
O desenho já foi aprovado pelo Comitê Estadual que é formado por 18 instituições. São nove representantes do governo (entre elas Fepam, Comando Ambiental e Emater) e nove da sociedade civil (formada por instituições que representam moradores da Mata Atlântica, entidades ambientalistas e comunidade científica). A formatação do novo retrato da biosfera da Mata Atlântica no RS se deu pela ação conjunta da UFRGS, povos indígenas e três ONGs.
De acordo com o diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), Luiz Alberto Mendonça, o estudo do Comitê da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica está em concordância com a lei de dezembro/2006 cuja legislação ditou novas regras para gestão do bioma. Segundo a diretora do Museu de Ciências Naturais, Maria de Lourdes de Oliveira, “o desenho busca manter e refazer conexões em um cenário de fragmentação, impedindo que esse desmembramento ocorra em maior escala”. Há um vínculo entre estas áreas que na ampliação inclui espaços concentrados em bacias hidrográficas incentivando a preservação das matas ciliares. Todas as novas áreas possuem conexão com zonas de Mata Atlântica e são reconhecidas como áreas de conservação.A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica compreende um espaço que vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, definidas por áreas prioritárias dentro da reserva e que são chamadas áreas piloto. O RS possui três áreas piloto: 4ª Colônia, Litoral Norte e Lagoa do Peixe.
Este desenho passará agora pela análise do Comitê Nacional em seminário do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera, que começa a partir de domingo, no Espírito Santo. Para o professor Demétrio Luis Guadagnin, do núcleo de Conservação e Manejo de Vida Silvestre da Unisinos,o projeto está muito bem justificado em termos técnicos e, de modo geral, “comparado com as propostas de outros estados a nossa está bem fundamentada, estamos confiantes de vermos aprovado esse novo desenho.” De acordo com o coordenador do CERBMA, Alexandre Krob, o novo desenho vem ampliar as oportunidades de Mata Atlântica contemplando uma área de maior abrangência no Estado. Também participou da reunião a diretora-presidenta da Fepam, Ana Pellini.
(Ascom Governo do Estado do RS, 18/10/2007)