Cerca de 200 moradores de regiões próximas à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, composta pelas usinas de Angra 1 e 2, no município de Angra dos Reis, no litoral sul, participaram nesta quinta-feira (18/10) de exercícios que simulam as providências no caso
de um vazamento nuclear.
Segundo Saul Zardo Filho, diretor do exercício, que é elaborado pelo Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), do Ministério da Ciência e Tecnologia, as atividades propostas estão em sintonia com os procedimentos recomendados pela Agência Internacional de Energia Atômica, organismo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) que regula as atividades nucleares entre os 125 Estados-membros.
Zardo disse que além da simulação do atendimento de um infectado pelo material radioativo houve também treinamento de remoção das pessoas que moram a até cinco quilômetros de distância das usinas. "Estamos exercitando também a evacuação da população desses lugares, colocando esse pessoal em abrigos que foram preparados para receber esses voluntários de hoje. O exercício possibilita ainda verificar qual a melhor forma de chegar até o cidadão, a rapidez com que isso é feito", informou Zardo.
A dona de casa Elzi da Silva, moradora da comunidade do Frade, que fica a cerca de cinco quilômetros das usinas, participou do treinamento pela primeira vez, com a filha de sete anos. Ela foi para o Ciep Tânia de Oliveira, no bairro Parque Belém, que simulava um abrigo. E contou qual a orientação dada pelos 350 bombeiros que simulavam a evacuação: "Eles disseram para ficar todo mundo calmo, esperando e que não é para ninguém sair de casa, porque alguém da Defesa Civil vai até nossa casa nos avisar caso aconteça alguma coisa."
O treinamento dos moradores do entorno das usinas nucleares é feito a cada dois anos, desde 1994, sete anos antes do início da operação da usina Angra 2. O coordenador do exercício informou que durante o ano também são realizadas campanhas educativas sobre os procedimentos que os moradores devem adotar em caso de acidente.
(Por Flávia Martin, Agência Brasil, 18/10/2007)