O governo argentino estuda elevar o percentual mínimo da mistura de biocombustíveis nos combustíveis fósseis para 2010, disse hoje o subsecretário de Combustíveis, Cristian Folgar. "A adição de 5% pode ser aumentada", afirmou durante um seminário sobre o assunto. Folgar disse ainda que a medida vai depender de cálculos do Ministério da Economia.
Em março, o presidente Nestor Kirchner aprovou a lei de incentivos aos biocombustíveis. Além de assegurar um uso mínimo de etanol e biodiesel, o texto garante isenções tarifárias e incentivos para projetos que visem abastecer o mercado interno e que tenham pelo menos 50% do controle na mão de argentinos. A lei provocou uma verdadeira corrida pela abertura de usinas de biodiesel, que usam a soja como matéria-prima. O país já é o maior exportador mundial de óleo de soja.
A Argentina deve produzir 200 milhões de litros de biodiesel este ano, volume que pode saltar para 800 milhões de litros em 2008, de acordo com estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em 2010, as exportações de biodiesel devem exceder a marca de 2 bilhões de litros, ainda segundo o USDA.
Representantes da indústria dizem que o desenvolvimento dos biocombustíveis na Argentina conta com pesados incentivos do governo. Enquanto as exportações de óleo de soja, por exemplo, são taxadas em 24,5%, as vendas de biodiesel pagam apenas 5% de imposto, com 2,5% restituíveis como créditos tarifários. As informações são da Dow Jones.
(Por Gerson Freitas Jr.,
AE, 18/10/2007)