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impactos mudança climática
2007-10-19

Os Estados Unidos sofrerão perdas de milhares de milhões de dólares em razão da mudança climática se Washington não adotar medidas urgentes, alertaram especialistas da Universidade de Maryland. O custo na infra-estrutura, agricultura, indústria e nos serviços públicos, em razão do aquecimento global, superarão largamente o gasto que supõe a implementação de tais medidas, diz o estudo. “Investimos milhares de milhões de dólares a cada ano em infra-estrutura e freqüentemente sem levar em conta seu impacto no aquecimento”, disse Matthias Ruth, diretor do Centro para a Pesquisa Ambiental da Universidade de Maryland.

Ruth é co-autor de “O impacto econômico da mudança climática nos Estados Unidos e os custos da falta de ação”, o informe apresentado terça-feira passada. “A mudança climática afetará economicamente cada norte-americano de maneira dramática e quanto mais se demorar para adotar medidas maior será o dano e mais altos serão os custos”, disse Ruth à IPS. “O verdadeiro impacto está repleto de custos ocultos”, segundo o informe, que variarão de acordo com as regiões e significarão uma pesada carga para o orçamento do Estado.

O efeito combinado das tempestades nos Estados Unidos desde 1980, por exemplo, ultrapassa os US$ 560 bilhões. Apenas o furacão Katrina causou perdas econômicas avaliadas em cerca de US$ 200 bilhões. Tempestades mais freqüentes e intensas – praticamente inevitáveis, segundo muitos cientistas – somente aumentarão o valor dessa fatura. Estes danos são apenas um fator no que está se convertendo rapidamente em uma cascata de perdas futuras no valor de centenas de milhares de milhões de dólares, diz o estudo.

No oeste dos Estados Unidos, os custos ligados à extinção de incêndios e danos à propriedade irão às nuvens devido às mudanças no regime de chuvas. As grandes planícies, a área do oeste das montanhas Rochosas que inclui dez Estados, sofrerão inundações e secas cada vez mais freqüentes e intensas, com prejuízos para as colheitas e a propriedade. O nível de água no sistema dos Grandes Lagos e do Rio São Lourenço, na região nordeste, na fronteira com o Canadá, que já esta em processo de redução, diminuirá ainda mais, aumentando os custos do transporte fluvial e com impacto nas indústrias do meio-oeste, alerta o estudo.

As tempestades e o aumento do nível do mar ao longo da costa do Atlântico literalmente “tragarão” valiosas propriedades. Um única tempestade pode causar perdas entre US$ 2 bilhões e US$ 6,5 bilhões. As secas se tornarão algo comum no sul e sudoeste do país, com um severo impacto na agricultura, na indústria e nos lares. Estima-se que as perdas o Vale Central do Estado da Califórnia nos anos mais secos chegariam a US$ 6 bilhões.
Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, alertou no ano passado que a economia mundial pode ter uma contração de 20% no pior dos cenários possíveis, em que a falta de ação se somaria a um aumento da temperatura de cinco graus centígrados. Seria muito mais barato evitar isso, acrescentou: exigiria apenas o gasto equivalente a 1% do produto bruto mundial. Stern foi criticado por outros economistas que questionaram seus fundamentos técnicos. O estudo de Ruth não apresenta uma estimativa global de perdas para os Estados Unidos, porque ainda não há uma metodologia para calculá-las.

A ciência climatológica está bem estabelecida, disse, mas os estudos econômicos sobre seu impacto ainda estão na infância. Porém, apesar de ser necessário um grande trabalho para construir sólidos modelos econômicos, fica claro a partir dos informes de Ruth, Stern e de outras analises similares que demorar na tomada de decisões será muito mais caro do que colocá-las em prática imediatamente. As medidas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, junto com iniciativas para se adaptar aos efeitos inevitáveis da mudança climática, minimizarão os custos totais.

O setor energético, não só deve reduzir essas emissões como também precisa descentralizar-se, para ganhar eficiência e amortizar os efeitos dos fenômenos climáticos, diz o estudo. Mecanismos de mercado, como cobrar pelo uso da água ou suprimir isenções de impostos para fertilizantes terão benefícios imediatos, acrescenta. Apesar das pressões de quase todos os países industrializados do mundo, incluindo seus aliados europeus, o governo do presidente George W. Bush nega-se a adotar limites obrigatórios para as emissões, argumentando que seria muito caro para a economia.

(Por Stephen Leahy, IPS, 18/10/2007)


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