DESIGUALDADE SOCIAL IMPEDE APLICAÇÃO DA AGENDA 21
2001-12-04
A desigualdade social impede a implementação da Agenda 21, avaliam os secretários de Meio Ambiente que participam da Cúpula de Grandes Cidades da América Latina sobre Desenvolvimento Sustentável. De seis grandes cidades, eles se reuniram hoje, em São Paulo, para discutir a implementação da Agenda 21 Local e a posição dos municípios na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Rio+10), que acontece em Johannesburgo, África do Sul, em setembro de 2002. O encontro, foi aberto pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, com representantes de Belo Horizonte e Porto Alegre, Buenos Aires e Rosário, da Argentin a, Montevidéu (Uruguai) e Cidade do México (México). Segundo Stela Goldenstein, secretária de Meio Ambiente de São Paulo, as grandes cidades latino-americanas têm problemas ambientais muito semelhantes, a maior parte deles causados pela desigualdade social. Por isso, acredita que a troca de experiências e a elaboração de uma pauta comum para ser levada à Rio+10 será importante. -O papel dos municípios não foi suficientemente discutido na elaboração da Agenda 21 e também não foram dadas condições, como recursos financeiros e transferência de tecnologias, para que cumprissem essa tarefa, disse. Instituída durante a Rio 92 como compromisso dos países de criar instrumentos de busca do desenvolvimento sustentável - conceito que envolve um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental -, a Agenda 21 Local vem sendo discutida em vários países e cidades do mundo e envolve a participação de governos, terceiro setor e empresas. Para Stela, porém, na maioria dos lugares o documento se tornou mais uma declaração de intenções do que um instrumento real de gestão. -O certo é que nos últimos dez anos a degradação ambiental, econômica e social aumentou nas grandes cidades da América Latina, produto de um desenvolvimento que exclui setores da população. Temos que modificar isso, o que só pode acontecer com o comprometimento político dos prefeitos dessas cidades, afirma o secretário de Meio Ambiente de Buenos Aires, Eduardo Ricciuti. (AE)