Com o fim do frio rigoroso que predominou no inverno gaúcho, o risco de uma nova epidemia de dengue aumenta a vigilância nos municípios. Aprimavera chuvosa e de temperatura mais elevada oferece um clima propício para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Nos nove primeiros meses do ano, o Rio Grande do Sul teve um aumento de 651% no número de notificações de suspeitas da doença em relação ao mesmo período de 2006 - segundo maior crescimento no Brasil, depois do Paraná. Até 5 de outubro, haviam sido registrados no Estado 1.112 suspeitas da doença. Mas 655 já haviam sido descartadas.
Em Giruá, município das Missões onde foram registrados, em abril, os primeiros casos autóctones do Rio Grande do Sul (em que a doença foi contraída dentro do Estado), há o medo da dengue hemorrágica, a sua forma mais grave. Isso poderá ocorrer se alguém contrair a doença pela segunda vez, infectado por outra variante dos quatro tipos de vírus. Até então, a dengue clássica atingiu os moradores do município. No Brasil, neste ano, 1.076 pessoas tiveram dengue hemorrágica. Desse total, 121 morreram.
Sem interromper as visitas a residências no inverno, Giruá intensificou os cuidados para evitar uma nova epidemia. A coleta seletiva de lixo, que não era realizada no interior do município, deverá ser prática constante nas zonas rurais pelo fato de os criadouros do mosquito serem o lixo seco onde a água se acumula.
Mercados da cidade também aderiram à causa, utilizando sacolas ecológicas não-descartáveis, para que as de plástico não sejam jogadas nas ruas. Além disso, desde o dia 1º, 11 agentes percorrem as casas procurando conscientizar os moradores, eliminando focos e recolhendo lixo. Quem facilitar a proliferação do mosquito poderá ser multado.
- Adequamos nosso Código de Postura para casos de endemias. Podemos notificar e depois multar os moradores que acumularem lixo no pátio - diz o secretário da Saúde do município, Valdemar Fonseca.
NúmerosCasos autóctones confirmados no RS, desde abril de 2007
Giruá /211
Erechim /31
Três de Maio /12
Fonte: Secretaria da Saúde do Estado(Por Silvana Castro,
Zero Hora, 18/10/2007)