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2007-10-18
Caxias do Sul - Embora o Rio Grande do Sul não esteja mais em estado de alerta, como ocorreu no ano passado, a chegada da primavera traz de volta a preocupação em prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Na terça-feira, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu que o país vive uma nova epidemia da doença e classificou como injustificável e inadmissível o número de 121 mortes registradas nos primeiros nove meses deste ano. Conforme o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro deste ano, o país registrou 481,3 mil casos da doença, o que representa um aumento de quase 50% em relação ao ano passado.

Em Caxias do Sul, desde a segunda quinzena de setembro, a Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde realiza o Programa Intensivo de Verão, que envolve atividades educativas. Segundo a veterinária da Vigilância, Delvair Zortéa da Silva, são visitas a escolas e a centros comunitários e empresas, com o objetivo de conscientizar a população.

- Temos controlado os pontos estratégicos, que são considerados áreas de risco em potencial, como cemitérios, borracharias e terrenos baldios. Também visitamos semanalmente as 657 armadilhas espalhadas pela cidade para fazer o monitoramento - explica.

Delvair destaca que nos bairros São José e Pioneiro, onde foram encontrados focos do mosquito no início deste ano, e também nas proximidades, agentes vão visitar residências e terrenos baldios. Ela diz que as atividades intensivas se estendem até abril ou maio do próximo ano, quando começa o inverno e a proliferação dos insetos é menor.

De acordo com o delegado da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde, Eduardo Yotti, os 48 municípios da área de abrangência estão com os focos controlados.

- Ainda está tranqüilo, até porque o verão não começou ainda e não teve um aumento significativo na temperatura. Porém, nós solicitamos às prefeituras que façam permanentemente as vistorias em cemitérios, casas e bairros - relata Yotti.

No Estado
O coordenador do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Francisco Paz, demonstra preocupação maior à de Yotti. Segundo ele, desde abril deste ano, quando foram detectados 263 casos nas cidades de Giruá e Erechim, a situação passou de tranqüilidade para apreensão.

- Como tivemos vários casos nas regiões Metropolitana e Noroeste, há possibilidades de termos novos surtos epidêmicos que podem se tornar preocupantes. Estamos trabalhando para evitar isso - alerta Paz.

O coordenador explica que o trabalho é feito com ações para combater os focos do mosquito e para o tratamento dos doentes.

- Já oferecemos treinamento para mais de mil médicos e enfermeiros. Alertamos a população para que cada um faça sua parte - adverte.

Último boletim
De janeiro até ontem, a situação epidemiológica do Rio Grande do Sul em relação à dengue era:
- 59 municípios infestados pelo Aedes aegypti
- 1.112 casos suspeitos notificados em 149 municípios
- 263 casos autóctones (contraídos no município de origem)
- 103 casos importados

Em Caxias do Sul
- Em 2007, 17 casos notificados, sendo dois confirmados (importados), 14 descartados e um em investigação
Fonte: Secretaria Estadual da Saúde

Fique atento
O que é a dengue?
- A dengue é uma doença febril causada por vírus (virose), transmitida de uma pessoa doente a uma pessoa sadia pela picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes aegypti.
Sintomas mais comuns
- Febre, náuseas (enjôo), vômitos, dores nos olhos, na cabeça e no corpo, principalmente nos músculos e nas articulações, cansaço e falta de apetite.
- Também podem aparecer manchas vermelhas no corpo e, em alguns casos, sangramento nas gengivas.
- Ao perceber os sintomas, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa.
Prevenção
- Como é praticamente impossível eliminar o mosquito da dengue, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes aegypti.
- Por exemplo: uma bacia no pátio de uma casa é um risco porque, com o acúmulo da água da chuva, a fêmea do mosquito poderá depositar seus ovos.
- O único modo é limpar a área e retirar objetos que possam acumular água e oferecer risco.

Ações no frio
A Secretaria Estadual da Saúde, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde e das coordenadorias regionais, em conjunto com as secretarias municipais de Saúde, mantiveram, mesmo durante o inverno, ações de controle vetorial, vigilância epidemiológica, de mobilização social e de educação para a saúde.

(Pioneiro, 18/10/2007)


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