Acusações chegam aos indiciadosOs advogados dos suspeitos indiciados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Moeda Verde começam, hoje (18/10), a tomar ciência das acusações que pesam sobre seus clientes.
Ontem à tarde, agentes da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph) da Polícia Federal terminaram a entrega do material à Justiça Federal. Hoje a secretaria da Vara Federal Ambiental deve passar a fornecer cópias do relatório produzido pela delegada Julia Vergara, responsável pelas investigações, aos representantes dos indiciados. São 28 volumes com relatórios e depoimentos e 49 caixas de documentos recolhidos em 14 meses de investigações.
Durante o dia de ontem, funcionários da Vara Ambiental trabalharam no recebimento da documentação, que precisou ser conferida e catalogada. A direção do órgão autorizou só a divulgação da confirmação do indiciamento dos 22 suspeitos que tiveram prisão temporária decretada em maio, fato que já era esperado.
No entanto, a assessoria da Polícia Federal informou para a imprensa que, além dos 22 detidos em maio, "mais gente" havia sido indiciada pela delegada Julia. Os outros nomes, no entanto, não foram divulgados.
Polícia Federal decide romper o silêncioNo final da tarde de ontem, a superintendência da PF anunciou que concederá uma entrevista coletiva, hoje de manhã, na Capital. A assessoria de comunicação da corporação confirmou que a delegada Vergara vai estar presente, junto com "todos os delegados".
A decisão de quebrar o silêncio foi tomada em função das declarações feitas pelo procurador da República João Marques Brandão Néto, um dos membros da força-tarefa montada pelo Ministério Público Federal (MPF) para acompanhar o caso.
Conforme matéria publicada ontem no DC, Néto reclamou falta de "entrosamento" entre os dois órgãos. O procurador disse que a força-tarefa requisitou à direção da PF, em Brasília, instauração de inquérito para investigar os motivos pelos quais a delegada não teria informado sobre um suposto vazamento de informações.
(Por João Cavallazzi,
Diário Catarinense, 18/10/2007)