Uma comissão esteve reunida na Secretaria do Meio Ambiente nesta quarta-feira (17/10) com o intuito de levar informações sobre a atividade carbonífera no Estado.
Na reunião presidida pelo secretario adjunto Francisco Simões Pires, representantes da Tractebel, Fiergs/Ciergs e da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM) mostraram preocupação com o desenvolvimento do segmento do carvão mineral propondo uma revisão de conceito. Integrando a comitiva, Lesley Sloss, consultora do Meio Ambiente da Agência Internacional de Energia, que está em Porto Alegre para participar como palestrante da 1º Reunião Extraordinária da Câmara Técnica Permanente de Recursos Atmosféricos do Consema. A consultora apresentará o modelo de legislação internacional de emissões, poluição atmosférica e estratégias de redução da poluição, objetivando fazer um comparativo com o que a Europa faz e o que fazemos aqui no RS. Lesley tem 17 anos de experiência em emissões e efeitos de poluentes de origem da combustão de carvão. Além de escrever artigos, dá palestras internacionais e frequentemente participa de plenários na redução de mercúrio no Departamento de energia dos Estados Unidos.
Na opinião de Simões Pires, estas informações trazidas por cientistas estrangeiros são de extrema valia, “pois virão enriquecer os conhecimentos dos membros da Comissão Técnica ao mesmo tempo em que ajudam a política ambiental do Estado”.
De acordo com Lesley Sloss a legislação quanto emissões de poluentes na Europa é extremamente rígida e alguns países tem dificuldades em atender as exigências impostas. Como a Itália que possui isenção temporária da União Européia, pois possui três plantas que não conseguem operar dentro destas regras. O país já está construindo usinas para substituir estas antigas. Por outro lado, Alemanha e Reino Unido possuem, segundo ela, modelos de legislações ideais. O Reino Unido utiliza gás natural e a Alemanha promove tecnologias renováveis inovadoras. “Possuem os melhores preços de venda de energia para instalar equipamentos de tecnologia renovável”. Nos Estados Unidos cujos problemas são localizados, existe legislação entre os estados. E no Japão, a legislação varia de estado para estado.
Já os limites impostos pelo Banco Mundial são mais flexíveis e sugerem que terão normais mais rígidas, países que tiverem mais poluição na área, como acontece com China e Japão. Todas estas experiências fazem parte da palestra que a consultora ministrará amanhã no Centro de Eventos Plaza São Rafael, a partir das 8h30min.
Para Carlos Weinschenck de Faria, da Fiergs/Ciergs, o RS e o Brasil necessitam de um impulso na geração térmica (principalmente de carvão mineral). “O Estado detém 90% das reservas de carvão mineral do Brasil. E o papel da SEMA é de extrema importância no desenvolvimento desta fonte de geração de energia”. Na mesma linha, José Lourival Magri, gerente do meio ambiente da Tractebel Energia, enfatizou a importância da discussão técnica ocorrida na secretaria por levantar questões ambientais no RS avaliando-as com o cenário mundial no uso de energia.
(Ascom Governo do Estado do RS, 17/10/2007)