O grupo brasileiro Odebrecht anunciou ontem (17/10) que vai se associar às empresas angolanas Sonangol e Damer para investir US$ 200 milhões na produção de álcool e de eletricidade em Angola.
O projeto, em fase final de estudo, vai ser desenvolvido na província de Malanje, próximo à hidrelétrica de Capanda, numa área total de 30 mil hectares, divulgou a Odebrecht, em comunicado.
Desta área, 20 mil hectares serão destinados à plantação de cana-de-açúcar e os outros 10 mil à rotação de cultivo e à instalação de uma unidade industrial.
"A escolha desta área se deve às características climáticas, topográficas e infra-estruturais da região, estando situada a pouco mais de 400 quilômetros de distância de Luanda [capital de Angola]", adianta a empresa brasileira.
Nesta quinta-feira (18), o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, manterá um encontro com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Simultaneamente, ocorrerão reuniões oficiais entre as delegações ministeriais de ambos os países.
BiocomA unidade industrial angolana terá uma capacidade de moagem de 2 milhões de toneladas de matéria-prima por safra --produzindo 160 mil toneladas de açúcar e 50 mil metros cúbicos de álcool-- e deverá produzir 140 megawatts de energia elétrica por ano.
Denominada Biocom (Companhia de Bioenergia de Angola Ltda), a sociedade será dividida em 40% para a Odebrecht, 40% para a Damer e os 20% restantes para a Sonangol. O empreendimento deverá criar 2 mil postos de trabalho diretos na região.
De acordo com a Odebrecht, o projeto vem "resgatar o potencial agroindustrial do país, devido às suas características climáticas ou topográficas, que garantiram no passado colonial um papel de destaque entre os países exportadores de commodities no continente africano".
Para o Brasil, permite o "reforço do posicionamento geopolítico na África, a disseminação mundial do etanol como biocombustível e a abertura de um mercado de serviços, tecnologia e bens de capital para o agronegócio brasileiro".
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Lusa, 17/10/2007)