A seca no país afeta 397 cidades de oito estados e cerca de 90% delas estão na Região Nordeste, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil. A estiagem afeta também municípios de Minas Gerais e Tocantins, estado incluído pela primeira vez entre os que receberão recursos do governo. Nesta quarta-feira (17/10), o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 48 milhões para levar água a todas as cidades atingidas.

No Piauí, por exemplo, a seca já dura oito meses, segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) do estado.  Na região do semi-árido, além da falta de água, a população sofre com o avanço das queimadas. “Não tem mais água, não tem mais pastagem, e o fogo está acabando com o que tem de pasto. É fogo demais", contou Manoel Simão, diretor da Fetag.

Dos 223 municípios do estado, 66% decretaram situação de emergência e 65 deverão ser atendidos pela Operação Carro-Pipa, do governo federal, que conta com o auxílio do Exército. As demais localidades recebem auxílio do governo estadual, de acordo com a assessoria de imprensa da Defesa Civil no Piauí.

Neste ano, a seca ultrapassou em 41% as estimativas do governo, que incluíam 280 cidades. “A estiagem castiga estados que não tinham esse problema. Outros estados que já têm o problema estão com um número maior de municípios em situação de emergência”, informou o secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Guimarães.

Ele disse ter sido "má interpretação" a informação de que o Exército teria suspendido a atividade de abastecimento por falta de dinheiro. Mas não descartou a interrupção da chegada de carros-pipa às comunidades. "Isso pode ter acontecido por um ou dois dias. A população, no entanto, tinha água armazenada em cisternas – dependendo do número consumidores, dura até 30 dias”, explicou. O Exército ainda não respondeu à reportagem.

O Ministério da Integração Nacional prevê também investir R$ 300 milhões em ações de emergência para combater e prevenir os danos causados pela seca. Entre estas ações estão a distribuição de cestas básicas e kits de medicamentos, e a construção de barragens. A liberação do dinheiro foi aprovada na terça-feira (16) por meio de medida provisória.

(Por Isabela Vieira, Agência Brasil, 17/10/2007)