O FMI (Fundo Monetário Internacional) alertou nesta quarta-feira (17/10) para o impacto "potencialmente substancial" que a mudança climática pode ter na estabilidade macroeconômica e fiscal dos países. A informação foi divulgada no relatório semestral "Perspectivas Econômicas Mundiais".
No documento, o FMI cita os problemas que alguns países podem ter com o balanço de pagamentos, devido a uma redução das exportações de bens e serviços, ou por um aumento da necessidade de outros bens considerados essenciais. Também ressalta que os estragos causados pelo aquecimento do planeta sobre as infra-estruturas de transporte (pontes e estradas) podem afetar os fluxos comerciais.
O órgão indica ainda que o impacto de tais fenômenos também afetaria a produtividade no setor agrícola, pescas e o turismo. Outro efeito poderia ser um aumento das imigrações, devido a um clima ruim que pudesse permanecer por tempo prolongado, e uma elevação dos custos para aliviar as emissões de gases de efeito estufa, com alta dos preços em energia e maiores investimentos.
Áreas críticas
Explica ainda que os maiores aumentos de temperaturas serão registrados no norte da Europa, Ásia e América do Norte. As zonas secas do Mediterrâneo, o Oriente Médio, o sul da Ásia, a Austrália e a África sofrerão com maiores períodos de estiagem. O estudo prevê um aumento dos riscos de inundações devido a um aumento de chuvas intensas e uma elevação do nível do mar.
Acrescenta inclusive que a freqüência e a seriedade de alguns fenômenos meteorológicos, incluindo furacões, inundações, ondas de calor e secas, aumentarão com maior incidência na África, Ásia e o Caribe.
Iniciativa
Em relação às políticas sobre mudança climática, o relatório assinala que é "provável" que se tenha de "aumentar" a dimensão e a cobertura das medidas em vigor atualmente. Por último, ressalta que um dos desafios fundamentais "é que os principais países emissores cheguem a um acordo sobre a implementação de políticas para limitar a emissão de gases".
(Efe, 17/10/2007)