O director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical alertou para os futuros problemas de saúde pública provocadas pelos alimentos geneticamente modificados e pelos «quadros de doença não previstos ou novos» em consequência do envelhecimento da população, refere a Lusa.
Jorge Torgal, que hoje fala, na Golegã, aos participantes na reunião dos directores-gerais da Saúde da União Europeia sobre «os problemas de saúde pública no futuro na Europa», disse que progressos tecnológicos com consequências negativas, como os alimentos geneticamente modificados, vão trazer, dentro de 20 ou 30 anos, «quadros de doença não previstos ou novos».
O também docente de Saúde Pública da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa vai apresentar três artigos sobre «as lesões graves provocadas em ratinhos» por três alimentos geneticamente modificados - batata, soja e milho -, numa «chamada de atenção para o que pode ser um problema sério no futuro», disse.
Admitindo que existem outros estudos que fazem com que a questão seja «controversa», Jorge Torgal frisou que se trata de um assunto que não deve ser descurado pelos responsáveis.
Jorge Torgal referiu ainda as questões que vão ser colocadas num horizonte de 20 a 30 anos com o envelhecimento da população, sublinhando que em 2030 haverá 2,5 vezes mais pessoas com 90 anos do que na actualidade.
«Isto vai obrigar a muitas mudanças na sociedade, não só em termos de cuidados de saúde mas também na garantia de uma boa qualidade de vida», disse, apontando como única resposta o recurso à imigração como forma de preencher as lacunas em termos de pessoal de saúde.
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Diário de Portugal, 12/10/2007)