Moradores da Cooperativa Habitacional São Miguel, de São Leopoldo, reclamam da falta de canalização de esgoto nas ruas locais. Segundo a comunidade, uma taxa, de cerca de R$ 120,00, vem sendo cobrada há anos dos moradores, sem que as valas por onde correm os resíduos domésticos sejam adequadamente fechadas. A presidência da cooperativa e a construtora apontada como responsável pelas obras na localidade afirmam que o problema está na falta de pagamento, mas ambos negam ser os responsáveis por executar a canalização do esgoto que segue correndo nas ruas do loteamento.
A moradora Luciana Ferreira Batista afirma estar preocupada com as crianças que brincam nas ruas, sempre muito próximo do esgoto. “As crianças brincam bem em cima. Acho que tem perigo de pegar alguma doença”, afirma Luciana. A moradora sustenta que paga mensalmente a taxa de esgoto, e mesmo assim o problema em sua rua persiste. “Eu não estou devendo nada.”
O soldador Reginaldo Antônio da Silva, morador da localidade há dois anos, afirma que até um abaixo-assinado já foi produzido, sem efeito. “Enquanto isso, a água das fossas de todos os banheiros corre ali no meio da rua.” O morador também preocupa-se com o contato das crianças com os detritos, que provocam um cheiro muito forte no verão e atraem mosquitos, segundo a reclamação.
De acordo com a construtora apontada pelos moradores como responsável pela infraestrutura na localidade, a cooperativa de moradores local é quem tem que tratar do problema. Um funcionário da empresa, que não quer ser identificado, afirma que a inadimplência no pagamento dos lotes beira os 90% o que impossibilita qualquer obra. Ainda assim, ele garante que quem paga tem canalização em frente à sua casa. “Quem cumpre com seus compromissos tem esses itens.” O problema, segundo outro representante da construtora, é que muitos moradores foram notificados a pagar parcelas em atraso referentes a seus lotes, para que as obras de implantação de esgoto pluvial pudessem ser iniciadas.
Segundo a construtora, os moradores foram orientados a instalarem fossas sépticas e sumidouros em suas casas, mas vêm ligando suas casas diretamente ao esgoto pluvial, que deveria colher apenas água da chuva. O presidente da Cooperativa Habitacional São Miguel, Valmor Grande, afirma que não há nenhuma taxa de esgoto sendo cobrada. “Ninguém paga esgoto. Quem fala isso está mentindo.” Mesmo assim, o presidente da cooperativa atesta que uma parceria com a Prefeitura de São Leopoldo vai possibilitar a instalação dos encanamentos, e que a previsão para o término das obras é de 18 meses.
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Jornal VS, 17/10/2007)