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silvicultura mst
2007-10-17
Os 60 integrantes de assentamentos da região da Campanha presos ontem à tarde pelo Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar de Bagé, por terem invadido uma área do projeto de florestamento da Empresa Votorantim Celulose e Papel, na divisa de Hulha Negra e Aceguá, tiveram que prestar depoimento na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) do município. Os acusados foram recolhidos em dois ônibus, dois automóveis e uma motocicleta, e com eles facões, enxadas e foices usados para destruir eucaliptos de uma área de 25 hectares plantados, mais 2 quilômetros de cerca, da antiga Fazenda Aroeira, usada no cultivo.

Os colonos foram mantidos incomunicáveis dentro dos ônibus e nas dependências do ginásio cedido pela Escola Espírito Santo e começaram a ser ouvidos por volta das 17h30min. Segundo o delegado Luis Eduardo Benites, da DPPA, a partir dos depoimentos deles e dos representantes da propriedade invadida, foi elaborado um Termo Circunstanciado (TC) que será encaminhado ao Juizado Especial Criminal, para adoção das medidas cabíveis.

A prisão dos colonos foi coordenada pelo comandante regional da BM, coronel Lauro Biensfield, e pelo comandante do 6º Regimento de Polícia Montada (6º RPMon) de Bagé, coronel Leonel Andrade.

Segundo Andrade, houve oito prisões em flagrante por corrupção de menores e um mandado de prisão de condenado de Palmeira das Missões. Segundo ele, todas as medidas foram tomadas conforme a lei, no sentido de responsabilizar os infratores. Já o presidente da Associação/Sindicato Rural de Bagé, Paulo Ricardo Dias, afirmou que, da forma como tudo ocorreu, houve condições plenas para a lavratura de flagrante. Ele destacou também que as ações do MST são anunciadas com antecedência e precisam ser coibidas de maneira enérgica pelas autoridades.

Mudas da Stora Enso também são devastadas

Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina destruíram meio hectare de mudas de eucalipto em uma fazenda pertencente à sociedade florestal Stora Enso, na divisa de Livramento e Rosário do Sul. Por volta das 7h30min, 30 manifestantes ingressaram na propriedade e, com facões e gadanhas, passaram a devastar as plantas, que cobrem 75% dos 2,5 mil hectares da fazenda. Duas horas mais tarde, os manifestantes se dispersaram e abandonaram a área. Conforme uma das líderes do MST, Carla Soares, o protesto fez parte das atividades que marcaram o Dia de Luta Contra as Transnacionais.

Segundo ela, a manifestação é um aviso de que as ações em defesa da reforma agrária não cessaram na Fronteira Oeste. 'As transnacionais financiadas com dinheiro público, que buscam espaço de terras agricultáveis que servem para a produção de alimentos, estarão motivando futuros enfrentamentos na região', alertou.

A Stora Enso registrou ontem a ocorrência policial da invasão da Fazenda Tarumã, localizada em Rosário do Sul, cuja área é de 2,075 hectares, dos quais 728 hectares (30%) plantados com eucaliptos. O registro ocorreu no próprio local, com a presença de soldados da Brigada Militar. A fazenda estava sob interdito proibitório, decisão judicial que proibia o acesso à área pelo MST. Foram serradas, ao todo, 40 árvores - eucaliptos plantados em novembro de 2006. A ação, segundo testemunhas, foi executada por um grupo composto por oito ou nove pessoas. Elas chegaram ao local onde foram cortados os eucaliptos em dois veículos, numa ação rápida.

(Correio do Povo, 17/10/2007)


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