Porto Alegre (RS) - Integrantes do Movimento Sem Terra realizaram manifestações na manhã de terça-feira (16/10) para protestar contra as empresas transnacionais no Rio Grande do Sul. Em Bagé, cerca de 100 agricultores roçaram uma área da Votorantim Celulose, na antiga Fazenda Ana Paula, na zona sul do Estado. Em Santana do Livramento, também na zona sul, cerca de 200 sem terra roçaram uma área da Stora Enso.
Segundo o integrante do MST, Antonio Machado da Cruz, as ações pretendem denunciar os prejuízos do agronegócio para o meio ambiente e para a sociedade. Para ele, as famílias assentadas em áreas próximas às plantações de pínus e eucalipto podem ser muito prejudicadas.
"O objetivo foi mostrar que a produção de eucalipto só estraga o meio ambiente e estraga principalmente os assentamentos aqui pela volta que, amanhã ou depois, não vão poder produzir por causa do eucalipto", diz.
Antonio também destaca a importância dessas áreas para a reforma agrária. Na sua avaliação, são áreas que poderiam ser usadas para assentar famílias e gerar empregos. De acordo com um levantamento do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul/Bahia (Cepedes), a monocultura de eucalipto gera um único emprego a cada 185 hectares.
"É importante essas áreas pra reforma agrária porque são terras que dá pra produzir alimentação e estão produzindo eucalipto", afirma.
Hoje, cerca de 2,5 mil famílias de sem terras vivem acampadas em beira de estrada, algumas há mais de cinco anos. As manifestações do MST integram a Jornada contra as transnacionais e pela soberania alimentar, que acontece no dia 16 de Outubro em todo o Brasil.
(Por Patrícia Benvenuti,
Agencia Chasque, 16/10/2007)