Computadores, aparelhos de tevê, CDs, DVDs e outros objetos, que muitas vezes demoram séculos para se decompor, vão ganhar um novo destino em Porto Alegre. Com o objetivo de minimizar o impacto provocado por esse tipo de detrito, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) concedeu ontem uma licença de operação para a Peacock do Brasil Ltda. Com isso, a firma está habilitada para receber o lixo eletrônico produzido da Capital. Depois de desmontado e classificado, o material irá para reciclagem.
Segundo o titular da Smam, Beto Moesch, a idéia é de que as empresas, responsáveis por produzir a grande maioria dos resíduos dessa espécie, se conscientizem a respeito da necessidade de reduzir a poluição ambiental. "Elas agora terão um lugar para colocar o lixo que produzem, e este, em vez de poluir, passará a ter uma utilidade", destacou o secretário. "Metais perigosos, como cádmio, mercúrio e níquel de pilhas, baterias e circuitos integrados também serão reaproveitados."
O diretor da Peacock do Brasil, Cristian Kienzle, ressalta que a parceria é inédita na região Sul. "Que eu saiba, só havia um projeto semelhante em São Paulo. A grande dificuldade era definir o destino de outras peças que não o plástico, mas agora isso já é uma realidade. O destino desse material será a reciclagem, e não o aterro sanitário", afirmou ele, que chegou a comprar 12 toneladas em carcaças de computadores, encontradas na Ilha dos Marinheiros. A Peacock repassará o material plástico para sua matriz, em Hong Kong, enquanto objetos de metal, placas e monitores serão vendidos a empresas da Capital, de Sapucaia do Sul e de São Paulo.
Inicialmente, devem ser recicladas e vendidas 20 toneladas de lixo eletrônico por mês. No entanto, a expectativa da Smam é de que esse número logo seja ampliado. "Temos condições de triplicar, quadriplicar essa quantidade. A fonte geradora é responsável pelos resíduos que produz. Basta que ela faça sua parte e teremos melhores condições não só ambientais, mas até mesmo de oportunidades de emprego", finalizou Moesch.
(
JC-RS,
Correio do Povo,
Zero Hora, 17/10/2007)