O presidente da Associação dos Funcionários da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam), Antenor Pacheco Neto, acusa o governo do Rio Grande do Sul de contratar profissionais da iniciativa privada para ocupar cargos no órgão ambiental, responsável pelo licenciamento no Estado. Segundo Pacheco, que também é diretor do Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais (Semapi), ao mesmo tempo em que
demite 400 funcionários da Emater, o governo de Yeda Crusius, contrata trabalhadores da iniciativa privada sem concurso público para preencher cargos na Fepam. O objetivo do Executivo seria dar agilidade aos processos de licenciamento ambiental para os projetos de Silvicultura e irrigantes no Estado. “Hoje a Fepam é como se fosse um despachante de licenças ambientais”, analisa.
Paralisação No ultimo dia 10, após decisão por unanimidade em assembléia, uma comissão de funcionários da Fepam tentou discutir o assunto com o secretário da Fazenda, Aod Cunha, mas não foram recebidos. Um funcionário do secretário tentou justificar as contratações. “Na hora do sufoco, o administrador procura buscar soluções”, limitou-se a dizer à comissão do sindicato.
Também em assembléia e por unanimidade, os servidores aprovaram uma paralisação geral para o próximo dia 24 contra o pacote proposto pela governadora Yeda Crusius, que prevê, entre outras medidas, congelamento de salários de servidores públicos. “Se este pacote passar [pelo Legislativo], os funcionários ficarão mais de 10 anos sem reposição salarial, pagamento de planos de carreira e sem promoção”, justifica Pacheco. O sindicalista afirma também que a população está sendo enganada pela grande mídia. “A sociedade tem que entender que estão cortando despesas em serviços que são prestados a ela e, ao mesmo tempo, contratando funcionários para tapar buracos de maneira ilegal”, conclui.
(Por Carlos Matsubara, Ambiente JA, 17/10/2007)