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cvrd
2007-10-17
A Companhia Vale do Rio Doce planeja instalar a usina termelétrica na área industrial do município de Barcarena, que em linha reta, fica a 40 km de Belém. A área de mata foi escolhida pela Companhia para construir a usina que deverá produzir 600 megawatts, energia equivalente à consumida por Belém e região metropolitana.

- Porque na Amazônia? Porque existe efetivamente uma carência de energia na região norte do país. Se a região norte quer crescer, precisa haver o entendimento de que você precisa de uma forma bastante urgente, gerar disponibilidade de energia - explica Tito Martins, diretor executivo de assuntos corporativos da Vale do Rio Doce.

De acordo com a Companhia, a usina será movida a carvão mineral que virá da Colômbia ou de Moçambique. É aí que começam as críticas ao projeto. Para o Ministério Público do Pará, a empresa deveria levar em conta outras opções de fontes de energia.

- Essa forma de geração é a mais suja. As emissões relativas a carbono, mais de dois milhões de toneladas de carbono por ano, o equivalente a emissão de todos os carros do Rio de Janeiro durante um ano - critica Raimundo Moraes, promotor MPE.

Segundo ambientalistas, devido as queimadas a Amazônia já responde por 75% das emissões brasileiras de gases que provocam o efeito estufa. A engenheira química que assessorou o Ministério Público condena o uso de carvão mineral.

- A utilização desse material totalmente estranho à nossa região, não parece nem razoável , nem aconselhável utilizar o carvão como matriz energética na Amazônia - diz Ana Lúcia Augusto, engenheira química.

A engenheira alerta para os problemas que a usina poderá causar ao meio ambiente e à população, inclusive a formação de chuva ácida.

- Particularmente são perigosos os óxidos de enxofre, de nitrogênio, o material particulado que fica em suspensão e o mercúrio que são emitidos a partir da queima do carvão pulverizado - alerta a engenheira.

A Companhia Vale do Rio Doce defende o carvão mineral como fonte de energia.

- É porque é a que tem disponível. Por exemplo, você podia falar, o gás é melhor. Realmente, a produção térmica a base de gás é muito mais eficiente e ela é mais limpa. O problema é que você não tem gás disponível - defende Martins.

A empresa diz que está tomando todos os cuidados para o que o impacto ao meio ambiente seja o menor possível.

- Todos os estudos necessários ao licenciamento dessa térmica foram feitos de uma maneira bastante cuidadosa. A Vale sabe que vai estar efetivamente ocasionando um aumento de emissão de CO2 e a maneira que ela tá tratando isso, compensando esta ação é gerando nova vegetação, reflorestamento, cujo volume é do que suficiente para cobrir quatro vezes esta emissão que está sendo realizada - esclarece Martins.

Moradores estão preocupados.

- O que nós queremos é que seja feito, mas com dignidade, com consciência ambiental porque o que tá aqui, tá antes deles, e a gente utiliza, a gente necessita de tudo o que já existe na natureza - diz José Antônio Souza, soldador

A secretaria de Meio Ambiente do Pará analisa entre outros documentos, o estudo de impacto ambiental apresentado pela Companhia Vale do Rio Doce e tem prazo até abril do ano que vem para dar um parecer favorável ou contrário à emissão da licença prévia.

Depois, o parecer será enviado ao Conselho Estadual de Meio Ambiente que vai decidir se concede ou não a licença. A Vale planeja pôr a usina em funcionamento em 2010. Já o Ministério Público do Pará ameaça entrar na justiça para barrar a construção da termelétrica caso o projeto não seja alterado.

(O Globo, 16/10/2007)

 
 

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