Animais morrem eletrocutados quando se encostam à rede elétrica Distribuidora de energia aumentou distância entre os cabos para evitar acidentes.
Há três anos, os moradores de São Pedro de Joselândia, um distrito de Barão de Melgaço (MT) a 250 quilômetros de Cuiabá, deixaram de lado as velas e lampiões. Porém, junto com a energia elétrica vieram os sustos.
Na época das chuvas, quando a área estiver alagada, as aves chegam em busca de alimentos. Mas desde que a energia elétrica chegou a esta região do Pantanal , territórios viraram campos minados para algumas espécies.
"Mais freqüente é à noite. Dá um estrondo, barulho duro", conta o professor Delvir Silva. Os barulhos são provocados por acidentes fatais, pois algumas aves morrem eletrocutadas quando se encostam à rede elétrica.
As maiores vítimas são aves de grande porte. Flagrantes são testemunhados pelos pantaneiros. "Os passarinhos morrendo bastante. E não é pouco, não. É bastante".
Técnicos e pesquisadores de universidades de Mato Grosso estão buscando soluções para preservar as aves dos riscos que o desenvolvimento traz. Com a ajuda de especialistas, a distribuidora de energia mapeou áreas ao longo de 80 quilômetros, onde as aves se concentram, e aproveitou o terreno ainda seco pra aumentar a distância entre os cabos.
"A maior ave que tem no Pantanal, a envergadura de 2m20, o tuiuiú. Então, ele poderia passar entre as linhas voando sem acontecer um eletrochoque", diz o ornitólogo da Universidade Federal de Mato Grosso, Dalci Oliveira.
Sem cortes de energia e nem risco de choques, moradores e aves voltarão a conviver em harmonia.
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G1, 16/10/2007)