Em audiência da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, nesta terça-feira (16/10), especialistas concluíram que o grande desafio para o Brasil na atualidade é aliar a retomada do crescimento econômico com a inclusão social e com a preservação ambiental. Nos debates foi ressaltada a importância de conscientizar a população, que cresceu acreditando na eternidade dos recursos naturais. "A reconstrução da rede social capilar das escolas é que levará a essa consciência", destacou Hamilton Pereira, secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.
Segundo ele, uma das ações do ministério é a criação do Sistema Nacional de Educação Ambiental (Sisnea). Pela proposta, ainda em estudo, haveria iniciativas como a formação de educadores ambientais populares e a criação e o fortalecimento das Comunidades de Aprendizagem e Qualidade de Vida, que já são mais de quatro mil no País.
O diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorrentino, disse que a educação não se faz só com informação, mas com mudança de valores e de comportamento. A coordenadora de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Rachel Trajber, destacou a importância da realização de conferências nas escolas e de um processo de mobilização para a formação de comunidades sustentáveis.
Emissões reduzidas
Em relação ao aquecimento global, a coordenadora-geral do Instituto Ecoar para Cidadania, Mirian Duailibi, apresentou cálculos que determinam a diminuição drástica das emissões de gases causadores do efeito estufa. "Se as emissões não forem cortadas em 50%, a Terra se aquecerá até 2050 em mais de dois graus centígrados, o que será insuportável", afirmou.
Segundo ela, é preciso adotar no mundo um conjuntos de ações, como o reflorestamento de 300 milhões de hectares de florestas tropicais. "Antes, é necessário investir na educação local e global. Muitas pessoas desconhecem as conexões entre o seu modo de vida e o aquecimento", afirmou.
Vice-presidente
Durante a reunião, o senador Magno Malta (PR-ES) foi eleito por aclamação como o novo vice-presidente do colegiado.
Também foram aprovados dois requerimentos: o primeiro, do senador Renato Casagrande (PSB-ES), é pela realização de audiência pública para que o Brasil assuma metas de redução de emissões de gases a partir de 2012, quando acaba a primeira fase das resoluções do Protocolo de Kyoto.
O segundo, do deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), é pela realização de audiência com representantes do Ministério Público do Pará, da Companhia Vale do Rio Doce e do governo do estado do Pará para discutir a instalação de uma termelétrica em Barcarena.
(Agência Câmara, 16/10/2007)