A China e a União Europeia (UE) iniciaram uma campanha de 175 milhões de euros para limpar o Rio Amarelo e o Rio Yangtze, as maiores bacias fluviais do país, noticia hoje a imprensa oficial chinesa. O plano, segundo a agência noticiosa oficial Nova China, prevê um conjunto "abrangente" de políticas de controlo de poluição ao longo dos rios, incluindo projectos de educação cívica para reduzir a poluição industrial, o escoamento de resíduos e adoptar medidas de irrigação que conservem a água.
Lançado em Pequim em 2005, durante a cimeira China/UE, o programa conta com um financiamento comunitário de 25 milhões de euros, aos quais se juntam um empréstimo de 80 milhões de euros do Banco Mundial e mais 70 milhões de euros da China. Os maiores rios da China sofrem de níveis elevados e perigosos de poluição, depois de décadas de rápido crescimento económico sem preocupações ambientais.
Só a degradação ecológica do rio Amarelo põe em risco o acesso a água a mais de 120 milhões de pessoas que dependem do rio para usos domésticos, industriais e agrícolas, segundo cálculos da organização ambientalista Greenpeace. Segundo números oficiais, cerca de metade da população da China (600 milhões de pessoas) consome água contaminada por detritos animais ou humanos e 70 por cento da água nos sete maiores sistemas hídricos do país é imprópria para contacto humano. As estatísticas das autoridades denunciam ainda que pelo menos 500 milhões de chineses têm acesso a menos água do que a população da Somália.
(Lusa, 17/10/2007)