Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/SP)
Ano: 2007
Autora: Zuleika Alves de Arruda
Resumo da Tese: O trabalho tem como objetivo realizar algumas reflexões sobre as transformações socioespaciais decorrentes do agronegócio no território mato-grossense, buscando desvendar a lógica contraditória intrínseca e as novas territorialidades urbana e rural construídas e/ou ocultadas pelo processo. Para compreender o processo apresenta como o agronegócio produz e (re)produz o território, segundo a lógica da (re) produção ampliada do capital. Analisa a dinâmica do agronegócio e a cadeia produtiva agrária que no espaço, extrapola a produção agrícola, incorpora fluxos materiais (commodities) e imateriais (capitais, informação, tecnologia) de forma integrada e inter relacionada para a efetivação da (re)produção ampliada do capital. O agronegócio ao promover a integração das esferas pré-produtivas (antes da porteira), a produtiva (na porteira) e a pós-produtiva (pós-porteira), redefine a interação campo-cidade e possibilita que a mais-valia possa ser extraída em qualquer ponto da transação na economia. A imagem divulgada do agronegócio obscurece as relações sociais, a propriedade da terra, as contradições, e se ressalta no lucro e “riqueza” por ele gerados. Aponta que a base da atividade produtiva do agronegócio encontra-se no campo propriedade da terra, meios de produção, mas é na cidade que se localiza a condição de circulação dos fluxos materiais e imateriais decorrentes da circulação do circuito produtivo e efetivação dos negócios do agro. Com base na pesquisa mostra que a fronteira é continuamente (re)dimensionada e que o agronegócio na terra rural faz parte e significa uma extensão do urbano, da mesma forma que o mundo urbano torna-se e significa uma extensão da dinâmica rural.