O buraco na camada de ozônio é "relativamente pequeno" sobre a Antártica, anunciou nesta terça-feira (16/10) a Organização Meteorológica Mundial (OMM), se recusando a ver nisto um sinal de diminuição durável do fenômeno. Desde 1998, apenas 2002 e 2004 apresentaram melhores resultados do que este ano, declarou, em Genebra, o especialista em camada de ozônio para este organismo da ONU, Geir Braathen.
"Mas não se trata de um sinal de restabelecimento do ozônio", ressaltou Braathen à AFP, explicando que a boa notícia está ligada a um inverno no hemisfério sul relativamente mais ameno sobre a Antártica em 2007 e não a uma verdadeira diminuição da quantidade de cromo e bromo na estratosfera.
O buraco na camada de ozônio, aumentado pelo frio, aparece tradicionalmente no início de agosto e se reabsorve entre meados de novembro e meados de dezembro. Neste ano, o buraco surgiu mais cedo, mas seu ápice foi atingido a partir de meados de setembro enquanto que normalmente é preciso esperar o final do mês para que a redução comece a ser detectada, segundo o especialista da OMM.
Este ano, o buraco cobria cerca de 25 milhões de km2 em seu máximo, enquanto que havia registrado 29,5 km2 no ano passado, um recorde. Estas avaliações são menos alarmistas que as primeiras observações anunciadas no mês passado pela OMM, que considerava, então, que o buraco de 2007 estaria próximo do recorde de 2006.
O ozônio, uma molécula originada no oxigênio, permite filtrar os perigosos raios ultravioleta do Sol que destroem a vegetação e podem provocar cânceres de pele. A camada de ozônio, que protege também a Terra, é deteriorada pela produção e uso de produtos químicos, particularmente o cloro e os hidrocarbonetos clorofluorados (CFC).
As restrições ao uso dos CFC foram estabelecidas pelo Tratado de Montreal de 16 de setembro de 1987. No final de setembro, cerca de 200 países decidiram em Montreal acelerar de 10 anos a eliminação de substâncias nocivas à camada de ozônio.
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AFP, 16/10/2007)