Ao invés das lixeiras, as ruas, canteiros, terrenos baldios e as encostas dos rios são os lugares preferidos para descartar o que é considerado sem serventia. Em Bagé, o descaso com o meio ambiente não está diferente de outras cidades, e o que se vê é muita sujeira nas margens dos arroios Bagé e Gontan. Um exemplo pode ser conferido na beira do Arroio Gontan, próximo à ponte que leva ao Militão. No lugar em que antes havia uma oficina mecânica, agora só se enxergam pneus velhos e usados. Dezenas, ou até uma centena deles, se espalham pelo terreno e margem do arroio. Moradores das proximidades temem a possibilidade dos pneus se tornarem focos das larvas do mosquito da dengue, além de poluírem e até obstruírem o curso do arroio.
O coordenador da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente, Sérgio Porto, afirma que aquele local serve como referência no controle da dengue, com visitação permanente de agentes sanitários. Segundo ele, quando existia uma oficina mecânica, o proprietário justificou a permanência dos pneus na beira do arroio alegando que eles serviriam como barreira de contenção de enchente. “A grande maioria desses pneus está totalmente coberta com terra para formar pequenas barreiras. Para evitar qualquer problema, instalamos ali um ponto fixo de visitação”, enfatizou Porto.
Já o secretário municipal de Atividades Urbanas, Elói Thomas, desconhecia a saída da oficina mecânica e também o abandono dos pneus nas margens do arroio. Ele destacou que nos próximos dias a Smau deverá contratar um caminhão para recolher os pneus e levá-los a um lugar apropriado. “Os pneus são resíduos de difícil eliminação porque não são biodegradáveis. Aqui em Bagé temos um programa que dá destino a esses pneus velhos”, afirma.
RecolhimentoSegundo Eloi Thomas, a Smau possui a relação de 50 borracharias que armazenam os pneus usados. Esses locais são visitados a cada dois meses pela equipe da Smau, que recolhe os pneus e encaminha ao aterro sanitário.
No aterro, devidamente isolados e cobertos, os pneus aguardam a vinda de uma empresa de reciclagem que se encarrega de levá-los. Thomas enfatiza que a empresa, Associação Nacional de Indústria de Pneumáticos, vem a Bagé somente quando a carga mínima for de dois mil pneus de veículos de passeio, ou 200 pneus de veículos de grande porte. “A última vinda foi em abril. A próxima deve ser em breve”, concluiu.
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Minuano, 16/10/2007)