(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-10-16

Foram mais de três anos de uma estafante rotina que incluía até 12 horas de trabalho nos fins de semana, viagens internacionais, reuniões semestrais, intensa troca de e-mails, debates em uma língua que não é a deles, além da abdicação de muitas horas de lazer e tempo livre. Tudo de graça. Pela salvação do planeta.

Assim pode ser resumido o trabalho de Suzana Kahn, Roberto Schaeffer, Emílio La Rovere e Ulisses Confaloniere. Pesquisadores cariocas, eles fazem parte do grupo de 16 brasileiros agraciados com o Prêmio Nobel da Paz, como integrantes do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Depois de mais de uma década de dedicação ao IPCC, que ganhou o Nobel junto com o ex-vice-presidente americano Al Gore, o retorno chegou de surpresa. Os quatro não terão retorno financeiro - o prêmio, de R$ 3 milhões, não chegará a eles, mas ganharam o reconhecimento do seu trabalho e disseminaram a idéia de que o meio ambiente não é só matéria científica, mas uma questão de paz mundial.

PARA SALVAR O PLANETA

“É um trabalho quase missinário e conserva o romantismo da juventude. As soluções apontadas vão seguramente mudar o mundo, têm aplicação prática direta. É possível interferir no rumo que as coisas estão tomando”, explica o engenheiro Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ.

Apesar de não oferecer remuneração, ser do IPCC dá prestígio. Mas nem sempre foi assim, lembra Schaeffer. Desde 1998 ele contribui com o painel, antes só badalado na entre cientistas. Foi no início do ano que as coisas mudaram. A publicação do 4º Relatório de Avaliação do IPCC popularizou a expressão “aquecimento global” ao traçar diagnóstico sombrio para o futuro da humanidade. O documento deixa claro que até 2050 a temperatura na Terra vai aumentar 2°C, se nada for feito para reduzir o efeito estufa.

Os cientistas fizeram a sua parte e agora cabe aos políticos fazerem a deles, acredita a engenheira Suzana Kahn. “Ficou bem claro o papel fundamental dos tomadores de decisão. As soluções para reverter esse quadro são viáveis e reais. Basta haver vontade política”, alfineta a professora da Coppe, que coordenou capítulo que sugere medidas para mitigar as emissões de CO² do setor de transportes. “O Nobel tem peso moral. Vai ser difícil governantes ignorarem a questão ambiental daqui para a frente”, acredita Emílio La Rovere, também professor da Coppe e autor de um dos capítulos do relatório.

“Que a premiação estimule novos projetos de pesquisa e que os órgãos de fomento liberem mais recursos”, completa o médico Ulisses Confaloniere, pesquisador da Fiocruz e único brasileiro a participar do grupo que analisou os impactos sócio-econômicos das mudanças climáticas.

MEDIDAS CONTRA O EFEITO ESTUFA

O IPCC é formado por mais de 2 mil cientistas de 160 países. A cada cinco anos produz o Relatório de Avaliação, dividido em três partes elaboradas por grupos distintos. A primeira, das ciências da atmosfera, teve a participação de pesquisadores de São Paulo como o climatologista José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e explicou como o clima está mudando, indicando o crescimento das emissões de gases de efeito estufa. O grupo 2, das análises dos impactos ambientais e sócio-econômicos, detectou regiões, setores e grupos sociais mais vulneráveis e só teve a contribuição de um brasileiro, o médico Ulisses Confaloniere, da Fiocruz. No grupo 3 ficaram concentrados os três pesquisadores da Coppe. Cada um responsável por um capítulo, indicaram medidas para limitar emissões dos gases nocivos ao planeta.

(Por Carol Medeiros, O Dia Online, 16/10/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -