Pela primeira vez em Montenegro, o presidente mundial da John Deere, Robert Lane, vistoriou ontem pessoalmente a mais moderna fábrica do grupo no mundo, às margens da BR-386, com inauguração prevista para março do próximo ano.
Responsável pela impressionante performance da John Deere desde que assumiu o cargo, há sete anos, praticamente dobrou o lucro líquido, para mais de US$ 1,6 bilhão. Lane, 56 anos, passou o dia de ontem em reuniões com executivos e funcionários. Como um maestro, veio afinar a orquestra, que deve ter iguais competitividade e qualidade seja no Rio Grande do Sul, na China, na Índia, nos Estados Unidos ou nos mais de 20 países em que produz máquinas e equipamentos para agricultura.
Ontem à tarde, Lane recebeu Zero Hora nas instalações da unidade gaúcha, onde cerca de 300 funcionários, de um total previsto de 500, trabalham na produção-piloto de dois modelos de tratores de alta potência: o 7715 e o 7815, com 182 e 202 cavalos, respectivamente, destinados à lavoura de cana-de-açúcar. Lane fala com entusiasmo do potencial agrícola brasileiro, para a produção de alimentos e de energia. Bob, como é chamado, considera o Brasil um modelo para o mundo.
Com 95 hectares de área, a unidade concentrará a produção de tratores, com capacidade para 12 mil unidades por ano, destinadas principalmente ao mercado nacional, e exportações para América do Sul, África, Leste Europeu e Oriente Médio. Nessas regiões, as regras de emissões na atmosfera estão em linha com os motores fabricados na filial de Rosário, na Argentina.
São modelos inéditos no portfólio da empresa. Há cerca de três anos, os itens vendidos no Brasil têm garantia para uso de B5 (até 5% de biodiesel adicionado ao diesel), mas a fabricante deve anunciar em breve uma ampliação significativa desse aval.
A transferência das linhas de produção de Horizontina para Montenegro é uma operação complexa e delicada. Exige tempo e ritmo ajustado, para não prejudicar estoque e vendas, num momento em que o mercado está aquecido. Em um processo gradual que durará três meses, os equipamentos viajarão cerca de 500 quilômetros por via rodoviária e serão remontados na nova planta.
O perfilLucro líquido: US$ 1,69 bilhão*
Vendas: US$ 22,5 bilhões*
* Dados mundiais referentes a 2006
No Brasil- Fábricas em Catalão (GO), Horizontina e Montenegro, unidade de negócios em Ribeirão Preto (SP), escritório regional e banco em Porto Alegre
- Investimento em Montenegro: US$ 80 milhões na fábrica e US$ 250 milhões no total, incluindo a transferência de produção de Horizontina. Criação de 500 empregos diretos
(Por Isabel Marchezan e Lúcia Ritzel,
Zero Hora, 16/10/2007)