Chuva e lama são os novos desafios dos operários que trabalham nos túneis que se transformarão em galeria do conduto Álvaro Chaves, na Capital. Eles precisam caminhar no barro e lidam com pouca iluminação para manter a evolução da construção, prevista para ficar pronta no final do ano.
De acordo com o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), os últimos trechos do conduto devem ser concluídos entre 10 e 20 de dezembro. Para ganhar tempo, os funcionários dispensaram a folga no feriado de sexta, e não foram parados nem pela chuva que alagou boa parte do túnel sob a Rua Coronel Bordini.
As bombas dágua não foram suficientes, e alguns pedreiros precisaram usar pás e carrinhos para diminuir o nível da lama, que normalmente fica na altura dos tornozelos.
- Vamos cumprir o prazo. Estamos cuidando deste último pedaço da galeria, com 70 metros, e só precisamos fazer a união com a parte da Avenida Cristóvão Colombo - diz Fernando Ribas, encarregado da equipe local.
O trânsito na Bordini está interrompido entre a Cristóvão e a Rua Marquês do Pombal. Sob a via, cerca de 20 pedreiros dividem um espaço de seis metros de largura por três de altura com muito barro, troncos de árvore que servem de sustentação e barras de aço. Na superfície, outra parcela de funcionários faz a recuperação da calçada e do asfalto.
Segundo o diretor da Divisão de Obras e Projetos do DEP, Sérgio Zimmermann, apenas dois trechos não foram concluídos: na Coronel Bordini e na Cristóvão Colombo. Uma vez acabados, será preciso fazer a intervenção na tubulação antiga, prestes a ser desativada. Como é necessário um mês de testes, o conduto só entrará em operação na metade de janeiro.
- Quando liberarmos a Coronel Bordini, faltarão apenas as ligações do conduto - diz Zimmermann.
A obra, que hoje se assemelha a um túnel, se transformará em galeria. Na Rua Coronel Bordini, a tubulação moldada em blocos tem 6,25 metros de largura, e varia de dois a seis metros na altura. Nele, a água e o esgoto dos bairros Auxiliadora, Bela Vista, Floresta, Higienópolis, Moinhos, MontSerrat, Navegantes, Rio Branco e São Geraldo escorrerão diretamente até o Guaíba.
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Zero Hora, 16/10/2007)